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Universitários do Porto dormem na rua para alertar para a falta de alojamento

Estudantes da Academia do Porto vão dormir esta noite na rua, numa "acção simbólica" de alerta para a "situação crítica" da falta de alojamento, adiantou à Lusa o presidente da Federação Académica do Porto (FAP), João Pedro Videira.

Ricardo Meireles
24 de Setembro de 2018 às 17:48
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"O que nós pretendemos é que esta acção sensibilize o Governo, a Câmara Municipal do Porto e as instituições de ensino para este problema que afecta os estudantes do Ensino Superior que, neste momento, ou não encontram casa ou não conseguem suportar os seus custos devido aos preços exorbitantes", disse.

 

João Pedro Videira referiu que, actualmente, um estudante que tenha de se deslocar da sua residência para frequentar o Ensino Superior tem "altas probabilidades" de se tornar num estudante desalojado, o que é "inadmissível".

 

Neste momento, há estudantes a dormir em carros e estações de comboio, situações que lhe foram reportadas por e-mail, contou.

 

Segundo o dirigente da FAP, é "incomportável" um aluno pagar mais de 400 euros por um quarto em alguns casos "com condições pouco dignas", atribuindo a falta de habitações à especulação imobiliária e ao aumento do turismo.

 

"Os proprietários das casas ganham mais em arrendar a casa a um turista durante uma semana do que a um estudante, deixando por isso de arrendar", acrescentou.

 

Muitas famílias têm de optar entre conseguir ter um membro do seu agregado a frequentar o Ensino Superior ou conseguir pagar as contas dos gastos familiares, decisão que não devia ter de ser tomada nestes moldes, nem despoletada pelos motivos que neste momento são os responsáveis, frisou João Pedro Videira.

 

Falando em 1.300 camas para 23.000 alunos no Porto, o presidente da FAP salientou que isto é "insustentável" e "retira qualquer esperança de um futuro mais digno".

 

João Pedro Videira defendeu ser necessário actualizar e duplicar o valor do complemento de alojamento, bem como construir mais residências universitárias para fazer face a este problema.

 

Além disso, considerou que as entidades, desde ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, instituições de ensino e Câmara Municipal do Porto, se devem "sentar à mesa" e falar, trocar ideias e encontrar soluções.

 

João Pedro Videira referiu que esta acção simbólica vai decorrer, a partir das 20:00, na praça Gomes Teixeira, esperando-se a adesão de entre 100 a 150 estudantes.

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