Os preços das casas em Portugal continuam a acelerar, tendo registado no terceiro trimestre uma subida de 9,8% face ao período homólogo, adiantou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

"No terceiro trimestre de 2024 a taxa de variação homóloga do Índice de Preços da Habitação (IPHab) foi 9,8%, mais 2 pontos percentuais relativamente ao trimestre anterior", refere, adiantando que neste trimestre "o crescimento dos preços das habitações existentes foi superior ao observado nas habitações novas, que se fixaram em 10,5% e 8,1%, respetivamente".

Em relação ao trimestre anterior, o IPHab aumentou 3,7%, tendo também a taxa de variação do índice relativo aos alojamentos existentes (3,8%) superado a dos alojamentos novos (3,3%).

O INE faz ainda notar que a taxa de variação média anual do IPHab fixou-se em 8,1% no terceiro trimestre, o que significa que pela primeira vez desde o terceiro  trimestre de 2022 "registou-se um aumento desta taxa".

Entre julho e setembro realizaram-se 40.909 transações de alojamentos, o que representa um aumento de 19,4% por comparação com o mesmo trimestre de 2023. O valor das transações aproximou-se dos 9,1 mil milhões de euros, mais 28% que no trimestre homólogo.

De acordo com o INE, no terceiro trimestre "venderam-se 35.462 habitações (86,7% do total) a compradores pertencentes ao setor institucional das famílias, pelo valor de 7,7 mil milhões de euros (85,4% do total)".

Já os compradores com um domicílio fiscal fora do território nacional adquiriram 2.655 habitações, o que representa uma redução homóloga de 3,1%.

Segundo a nota divulgada, o número de transações de alojamentos entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano cresceu 10,2%, aumentando 14,8% no caso das habitações novas e 9% nas existentes.

Também o valor das transações de casas aumentou 14,9% do segundo para o terceiro trimestre, tendo sido mais expressivo no caso das novas (19,8%) do que  relativamente às existentes (13,1%).

Por regiões, entre julho e setembro venderam-se 12.407 habitações no Norte e 7.949 na Grande Lisboa, representando as duas, no seu conjunto, 49,7% do total das transações, "o que constituiu a percentagem mais elevada desde o primeiro trimestre de 2021", refere.  Também a Península de Setúbal, com um total de 3.938 transações, foi a outra região a apresentar um acréscimo homólogo no respetivo peso relativo - 0,5 pontos percentuais -, representando 9,6% do universo de transações.

Segundo o INE, "todas as regiões apresentaram um crescimento homólogo do número e do valor das transações de alojamentos, tendo o mesmo excedido a média nacional, na Grande Lisboa, na Península de Setúbal e no Norte.

Relativamente ao número de transações, a Grande Lisboa, a Península de Setúbal e o Norte registaram taxas de variação de 27,9%, 27% e 20,3%, respetivamente. Já em valor, estas regiões apresentaram aumentos de 31,3%, 40,4% e 31,6%, pela mesma ordem.