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Pedro de Almeida compra fundo da Comporta com capitais próprios mas não revela preço

Através da Ardma, Pedro de Almeida avançou para a compra da maioria do fundo imobiliário da Comporta. Mas o empresário pretende adquirir a empresa que gere a área agrícola.

João Paulo Dias
14 de Julho de 2017 às 18:41
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O empresário Pedro de Almeida assinou o contrato de compra e venda da participação que a Rioforte, do Grupo Espírito Santo, detém no fundo da Herdade da Comporta. Ainda há autorizações para fechar definitivamente a operação, que será financiada através de capitais próprios. A assinatura foi no dia 10 de Julho, o dia em que o Negócios avançou com a notícia.

 

"Pedro de Almeida optou por se apresentar no processo de venda através de sociedade por si totalmente detida, sem sócios de modo a desenvolver uma estratégia de investimento que melhor defenda a preservação do património construído na Comporta e para manter flexibilidade nas decisões durante todo o processo de venda", indica um comunicado enviado pelos responsáveis da comunicação do empresário. 

 

A compra é feita pela Ardma Imobiliária, que pertence à Ardma SGPS, detida directamente pelo empresário. O activo comprado é 59,09% do Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado da Herdade da Comporta, detido pela Rioforte, em insolvência no Luxemburgo. Precisamente o Luxemburgo é um dos países que ainda tem de dar uma das aprovações para a transacção, a par de Portugal e da Suíça. Só depois o negócio é fechado definitivamente.

 

"Nos próximos três meses, serão ultimados um conjunto de pormenores da operação, nomeadamente algumas condições que permitirão chegar ao seu fecho, estando uma equipa polivalente a trabalhar nos vários temas", indica o mesmo comunicado.

 

A aquisição, com um preço não revelado, é financiada através de capitais próprios do empresário, com interesses no ramo do petróleo. "Tomei a decisão de desinvestir em determinados sectores de forma a criar as condições financeiras para a realização deste investimento. O meu compromisso com o projecto da Comporta esteve na base da decisão do regresso definitivo a Portugal, depois de 38 anos a viver no estrangeiro, nomeadamente em Paris e Genebra", diz Pedro de Almeida, citado no comunicado. 

Além da Rioforte, o fundo da herdade, localizada em Alcácer do Sal e Grândola, está nas mãos de minoritários ligados à família Espírito Santo e seus amigos e 15% pertence ao Novo Banco. O empresário pretende comprar estas posições. Para fechar o negócio, Pedro de Almeida tem também de chegar a um entendimento com a Caixa Geral de Depósitos, que tem um crédito de 109 milhões de euros sobre o fundo.

 

Compra da área agrícola

 

O fundo da Comporta está à venda desde 2015, por parte das comissões liquidatárias das entidades insolventes do Grupo Espírito Santo no Luxemburgo. Contudo, até aqui, não foi bem-sucedida tendo em conta as limitações colocadas pela justiça portuguesa para que as receitas da alienação permaneçam em Portugal. Além do fundo, o Luxemburgo pretende também colocar à venda a participação maioritária na Herdade da Comporta – Actividades Agro Silvícolas e Turísticas, S.A. (empresa que gere a actividade agrícola).

 

Como já indicado, Pedro de Almeida admite que tem interesse em concorrer a essa posição. "A estratégia da ARDMA inclui a intenção de apresentar proposta no processo de compra de uma participação maioritária nesta empresa, que detém mais de 10 mil hectares, o que permitirá a preservação das condições ímpares da Herdade da Comporta", revela o documento, que acrescenta ainda que o empresário pretende desenvolver um "resort premium". 


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