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Mercado imobiliário em Lisboa cresce com “renascimento da cidade”
O Financial Times analisou a oferta e os preços das casas na capital e dá conta de preços cada vez mais elevados e de um apetite pelas casas antigas no centro da cidade.
Uma cidade a "renascer", com preços cada vez mais elevados e grandes movimentações no mercado imobiliário. É assim que o Financial Times dá conta do momento actual em Lisboa, que cada vez mais atrai famílias do centro da Europa, que aproveitam as vantagens fiscais concedidas em Portugal.
O jornal britânico dá o exemplo do Palácio Chiado, que reabriu recentemente com sete restaurantes e um bar, depois de ter estado alguns anos ao abandono. "Depois de décadas de declínio, o centro de Lisboa tornou-se um centro vibrante e sofisticado, com a abertura de novos cafés e boutiques e o lançamento de lojas de marcas como a Cartier, Prada e Bulgari".
O FT deu ainda conta das movimentações no mercado residencial. "Casas antigas que foram abandonadas e estavam a degradar-se, ao mesmo tempo que os portugueses mais ricos se mudaram para lares mais modernos nos subúrbios, como Estoril e Cascais, estão agora entre as mais procuradas da capital".
O co-fundador da Stone Capital (que compra e reabilita edifícios antigos em localizações "prime"), Arthur Moreno, disse ao jornal britânico que "como capital, Lisboa é uma anomalia na Europa". "Tem edifícios muito bonitos no centro que estão em muito más condições. Mas o mercado está a mudar muito depressa", referiu. A empresa tem 12 empreendimentos em andamento, incluindo vários no Chiado e Avenida da Liberdade, onde uma propriedade do séculos XVIII está a ser comercializada (T-3) a partir de 1,8 milhões de euros.
A internacional Athena Advisers está a trabalhar nas zonas da Lapa e Avenida da Liberdade com preços entre os 350 mil euros e os 3,5 milhões. Roman Carel, fundador da empresa, explicou que o mercado em Lisboa só começou a mexer em 2014, mas "nos últimos seis meses vimos um grande aumento dos investidores". A sociedade diz que os preços subiram 22% em 2015.
A subida do turismo tem contribuído para este "boom" na cidade, em conjunto com os benefícios fiscais concedidos a residentes não habituais no país. Frédéric Desage-Bonnet, da Ran Capital referiu que estas benesses estão a atrair os gestores europeus, que se estão a mudar para Lisboa com as suas famílias. E não são pessoas com mais de 65 anos, mas bastante mais novas.
A incógnita para o futuro é perceber como irão reagir os habitantes locais ao aumento significativo dos preços, que já se reflectem nos valores do arrendamento.