O investimento em imobiliário comercial tem margem para mais do que duplicar em 2014, de acordo com declarações à agência de informação Bloomberg de Luís Rocha Antunes, o líder da equipa de investimento da consultora Cushman & Wakefield.

"O apetite dos investidores por Portugal está, obviamente, a subir", comentou Rocha Antunes à Bloomberg. Uma razão para que o valor das transacções no imobiliário do sector comercial alcance os 800 milhões de euros este ano. Um número que, a ser atingido, será mais do dobro dos 322 milhões registados no ano passado.

Em 2013, apesar de um primeiro semestre "pouco activo", sentiram-se os primeiros sinais de retoma da actividade no mercado de investimento, já que, no final de 2013, o valor triplicou o número do ano anterior, de acordo com guia de investimento imobiliário da consultora, publicado em Março passado.

A concretização de tal investimento em imobiliário comercial em 2014 corresponderá ao valor mais elevado desde 2007, antes da crise financeira global, quando superou os mil milhões de euros. Foi a partir desse ano de dificuldades financeiras que os investidores institucionais, os que dominam o mercado nacional, se afastaram do investimento em Portugal. Além disso, a banca congelou o financiamento, o que dificultou também a aposta nesta área.

Contudo, em 2014, haverá, segundo o que disse Luís Rocha Antunes à Bloomberg, uma recuperação sustentada. "Portugal está novamente no mapa dos investidores no imobiliário. Os indicadores económicos são positivos e o sentimento do investidor está a melhorar", sustentou o responsável.

Grandes fundos olham para Portugal

"Há grandes fundos a olhar para o imobiliário comercial em Portugal", disse ainda o responsável da consultora.

Uma grande operação envolvendo o imobiliário decorreu esta semana. A EDP vendeu os edifícios que detinha no Marquês de Pombal ao fundo norte-americano GA Capital. Um negócio que envolveu 56 milhões de euros.

Com perspectivas de investimento encontra-se a Merlin Properties. A sociedade espanhola de investimento em mercado imobiliário anunciou, nos documentos que preencheu para poder entrar na Bolsa de Madrid, que pretende apostar em Portugal. O investimento primordial em Portugal será no sector comercial, essencialmente em Lisboa, onde poderá colocar até 25% do valor bruto dos seus activos.

A Bloomberg dá ainda conta do fundo alemão Deka, que disse em Abril ter interesse em comprar mais escritórios em Lisboa, além daquele que comprou por 43 milhões de euros e que arrendou aos CTT - Correios de Portugal.