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Investimento imobiliário caiu para metade em 2023

Dos 1.600 milhões de euros que entraram no capital dos imóveis, a hotelaria e o retalho asseguraram 40% e 35%, respetivamente. A queda resulta de investidores mais cautelosos, concluiu o estudo Property Handbook.

Novo índice da APFIPP inclui 65 fundos de investimento imobiliário, divididos entre abertos e fechados de arrendamento ou de desenvolvimento.
Miguel Baltazar
Bárbara Cardoso barbaracardoso@negocios.pt 26 de Março de 2024 às 13:16

Em 2023, o investimento em imóveis derrapou 50%, para um total de 1.600 milhões de euros, em comparação com o ano anterior. A justificação para o abrandamento está na cautela que domina o mercado, "e não pelo desempenho dos ativos", segundo as conclusões da 9ª edição do estudo Property Handbook, uma parceria entre a prestadora de serviços CBRE e a sociedade de advogados Vieira de Almeida.

 

Os responsáveis pelo relatório afirmam que os setores hoteleiro e de retalho captaram a maior parte do investimento: 40% e 35%, respetivamente.

 

Em detalhe, o alojamento turístico alcançou novos recordes, ao acomodar 30 milhões de hóspedes e 77 milhões de dormidas no ano passado, "refletindo aumentos anuais de 13 % e 11%, respetivamente", sinaliza o relatório. Na capital, foram abertos 20 novos hotéis e em 2024 são esperados outros tantos. A norte, a Invicta ganhou mais de uma dezena de hotéis em 2023 e para 2024 estão previstos mais 15.

 

No que toca ao retalho, o país conta com mais três retail parks a nível nacional. Em Lisboa há mais 93 lojas e no Porto mais 67.

 

Também o número de casas vendidas caiu 24% em comparação com 2022. Para este ano, os analistas preveem uma trajetória de aumento dos preços da habitação, mas admitem um possível enfraquecimento das vendas à boleia das atuais taxas de juro.

 

"Atualmente, sentimos no mercado imobiliário um momento de alguma instabilidade e incerteza provocadas pelo contexto socioeconómico global. No entanto, existem várias classes de ativos que mantêm fundamentos sólidos e Portugal continua a ser um destino atrativo para investidores", afirmou o diretor geral da CBRE, Francisco Horta e Costa.

 

Por sua vez, Miguel Marques dos Santos, da sociedade de advogados Vieira de Almeida, considera que "apesar do contexto socioeconómico global, no segundo trimestre de 2023, voltámos a sentir um grande interesse por parte dos investidores estrangeiros no nosso mercado".

 

O estudo, publicado pela primeira vez em 2012, pretende atualizar os investidores sobre o mercado de imóveis em relação à aposta e ocupação, assim como detalha vários segmentos de investimento. Por exemplo, em 2023, os setores de saúde/farmácia e as telecomunicações e tecnologia obtiveram a maior taxa de ocupação em escritórios que, mesmo assim, registou queda na procura, assinalam.

*Texto editado por Cláudia Arsénio

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