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Investimento chinês captado através dos Vistos Gold cai 60% no 1.º trimestre

O investimento chinês captado por via dos vistos 'gold' caiu 60% no primeiro trimestre, face ao período homólogo de 2021, para 20,7 milhões de euros, de acordo com dados pedidos pela Lusa ao SEF.

O Banco Central Europeu vê no mercado imobiliário um dos principais riscos atuais para o sistema financeiro da zona euro.
Sérgio Lemos
23 de Abril de 2022 às 10:40
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No primeiro trimestre do ano passado, a China liderava o 'top 5' por nacionalidades do programa de Autorização de Residência para Investimento (ARI), com um montante captado de 51,7 milhões de euros e 100 vistos 'gold' concedidos.

Já nos primeiros três meses deste ano, os Estados Unidos lideram a tabela, passando a China para segundo lugar, com um investimento acumulado até final de março de 20,7 milhões de euros, o que representa uma queda de mais de metade (59,9%) face a igual período de 2021.

De acordo com os dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), no primeiro trimestre foram atribuídos 43 vistos 'gold' a cidadãos de nacionalidade chinesa.

O investimento oriundo dos Estados Unidos mais que triplicou no trimestre deste ano, face a igual período de 2021, para 25,1 milhões de euros, correspondendo a 52 vistos 'gold' atribuídos.

Há um ano, o investimento norte-americano captado por via dos vistos 'dourados' era de 6,8 milhões de euros (13 ARI concedidos).

A Índia ocupa o terceiro lugar no primeiro trimestre, com um investimento de mais de oito milhões de euros e 18 vistos 'gold' atribuídos. No ano passado, o país não constava do 'top 5' do primeiro trimestre.

Segue-se o Brasil, cujo investimento captado este ano subiu 1,7% homólogos para 11,4 milhões de euros e 17 ARI concedidas.

No primeiro trimestre de 2021, o Brasil foi responsável por 11,2 milhões de euros captados através dos vistos 'gold', com 18 autorizações de residência atribuídas.

Em quinto lugar este ano surge a África do Sul, com um investimento acumulado até março de mais de 7,6 milhões de euros e 15 vistos 'gold'.

No primeiro trimestre do ano passado constavam na lista 'top 5' a Rússia (investimento de 5,2 milhões de euros e 10 ARI concedidos) e o Paquistão (4,6 milhões de euros e também 10 vistos 'gold' concedidos).

Nos primeiros três meses deste ano foram concedidos sete vistos 'gold' a cidadãos de nacionalidade russa, "todas em janeiro", de acordo com o SEF, e dois a cidadãos de nacionalidade ucraniana.

Por indicação do Governo português, em 26 de fevereiro Portugal suspendeu a concessão de ARI a cidadãos russos, recorda a entidade.

O investimento captado através dos vistos 'gold' caiu 5,7% em março, em termos homólogos, para 34,6 milhões de euros, mas subiu 2% no primeiro trimestre, totalizando 124,7 milhões de euros.

Desde que o programa de concessão de ARI foi lançado, em outubro de 2012, foram captados por via deste instrumento 6.224.560.351,18 euros. Deste montante, a maior parte corresponde à compra de bens imóveis, que totalizava até março 5.604.285.459,59 euros, sendo que a aquisição para reabilitação urbana ascende a 402.058.997,04 euros.

O investimento resultante da transferência de capitais é de 620.274.891,59 euros.

Desde a criação deste instrumento, que visa a captação de investimento estrangeiro, foram atribuídos 10.515 ARI: dois em 2012, 494 em 2013, 1.526 em 2014, 766 em 2015, 1.414 em 2016, 1.351 em 2017, 1.409 em 2018, 1.245 em 2019, 1.182 em 2020, 865 em 2021 e 261 em 2022.

Em mais de nove anos foram atribuídos 9.780 vistos por via de compra de imóveis, dos quais 1.122 tendo em vista a reabilitação urbana.

Por requisito da transferência de capital, os vistos concedidos foram 715, enquanto por criação de postos de trabalho ascenderam a 20.

Desde o início do programa foram atribuídas 17.498 autorizações de residência a familiares reagrupados, das quais 277 em 2022.



ALU // MSF

Lusa/Fim
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