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Carnaxide ganha projeto imobiliário de 80 milhões com escritórios, hotel, praça e um túnel
O The Edge Group e a Ceetrus Portugal juntaram-se para criar um novo complexo de escritórios em Carnaxide, "à porta" de Lisboa. Aos escritórios juntou-se um hotel, uma praça e até um túnel para o trânsito fluir.
Na saída da A5 de Lisboa para Carnaxide vai ser plantado um novo projeto imobiliário: um complexo de escritórios que se vai fazer rodear de uma praça, restaurantes e um hotel. Para facilitar a circulação, o projeto inclui um túnel subterrâneo. O investimento, da Ceetrus e do The Edge Group, ascende a 80 milhões de euros e tem inauguração marcada para o segundo semestre de 2021.
O projeto, que foi batizado "Cinco District" conta três complexos de escritório: dois blocos horizontais e uma torre, de 20 andares. Mas não quer limitar os espaços "ao betão", dizem os investidores. O centro do empreendimento vai ser uma praça, aberta ao público, com área ajardinada e serviços de restaurante e retalho. E as áreas verdes estendem-se do nível do chão até ao topo dos edifícios: o quinto andar da torre, que tem vista privilegiada para o cimo dos blocos horizontais, vai encontrar aí um jardim. Ao longo da torre também há um jardim vertical, com vários terraços espalhados na escalada até ao vigésimo. Aí, vai ser construído um rooftop e um sky bar, com vista para o Tejo e para o mar.
Os responsáveis do projeto confirmaram que já estão em conversações com algumas empresas interessadas em ocupar os escritórios, embora prefiram não revelar nomes. Será um espaço "mais vocacionado" para empresas de média e grande dimensão, disse o CEO do the Edge Group, José Luís Pinto Basto. O objetivo destas empresas, de acordo com o responsável, é promover a retenção de talento ao cruzar o espaço de trabalho com espaços de lazer. Os investidores calculam que se gerem 3000 postos de trabalho associados às empresas que se fixarem no Cinco District.
A acessibilidade é um dos aspetos que ganha maior ênfase. O Cinco District vai "estar na cidade sem estar", localizando-se a 10 minutos da praça Marquês de Pombal, quando o trânsito flui. Para acautelar este aspeto, vai ser construído um túnel por baixo de uma das rotundas que provocam trânsito à saída da A5. "O custo do túnel é 100% suportado por nós", garantiu Pinto Basto, avançando ainda que o compromisso é que este esteja concluído à data da inauguração. O túnel vai custar 3,5 milhões de euros. Esta foi uma contrapartida solicitada pela Câmara de Oeiras, mas na qual os próprios investidores têm interesse: "para nós é essencial o túnel, de forma a aumentar a fluidez do tráfego", explicou Mário Costa, CEO da Ceetrus Portugal, que pretende facilitar a circulação dos futuros ocupantes.
Outra das sugestões feita pela Câmara de Oeiras foi a construção de um hotel. Os estudos feitos pelos investidores confirmaram a pertinência da construção e portanto, adicionaram-na ao projeto. Foi a concurso internacional e o vencedor foi o grupo Marriott, com a qual está firmado um pré-acordo, embora ainda esteja em discussão qual das marcas desta cadeia hoteleira irá instalar-se em Carnaxide. "Esperamos que seja uma das mais inovadoras", disse Pinto Basto.
Transversal a todos os elementos do projeto é a preocupação com a sustentabilidade, que valeu ao projeto a certificação internacional BREEAM - Building Research Establishment Environmental Assessment Method. A água necessária para regar os 2400 metros quadrados de área ajardinada vai ter origem num furo de captação mas também num reservatório que vai recolher água da chuva. Os edifícios estarão equipados com painéis solares para a produção de energia elétrica e a iluminação será LED. As zonas ajardinadas nas coberturas também funcionarão como isoladores térmicos naturais.
A Ceetrus é o braço imobiliário da Auchan. Desde 2016 que o grupo tem alterado o foco de projetos puramente comerciais para "projetos de usos mistos", esclareceu Mário Costa. O The Edge Group é um conjunto de holdings de investimento e capital de risco, cujo core é o investimento imobiliário. Pinto Basto afirma a preferência pelo investimento em imóveis com potencial de criação de valor, que possam ser "transformados".