Notícia
Avaliação bancária das casas arranca ano em máximo desde chegada da troika
O preço por metro quadrado atingiu o nível mais elevado desde Abril de 2011, mês em que Portugal solicitou ajuda externa.
Os bancos avaliaram as casas em 1.153 euros por metro quadrado em Janeiro, no âmbito dos contratos de crédito à habitação concedidos. Este valor representa um novo máximo desde Abril de 2011. Esse foi precisamente o mês em que Portugal solicitou ajuda externa, sendo que desde aí os preços das casas entraram numa trajectória descendente e prolongada.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, a subida em Janeiro do valor médio da avaliação bancária foi de 3 euros, ou 0,3%, quando comparado com Dezembro, naquele que foi o décimo mês consecutivo de aumentos. Em termos homólogos (face a Janeiro do ano passado) a subida foi de 4,2%.
O novo recorde fixado no arranque de 2018 surge depois de um crescimento de 4,7% ao longo de 2017, ano que foi marcado pela subida expressiva dos preços das casas em Portugal.
Rui Serra, economista-chefe da Caixa Económica Montepio Geral, apontou em Janeiro ao Negócios que no "passado pré-crise, os preços da avaliação bancária, em alguns bancos, não reflectiam verdadeiramente os preços das transacções, sendo normalmente superiores. No auge da crise, pode ter sucedido o contrário". Para o economista, "actualmente, a avaliação bancária tem cada vez uma maior correlação com os preços das vendas, pelo que se os preços das casas continuarem a subir (que é o nosso cenário central), espera-se que os valores das avaliações bancárias também aumentem".
Segundo o INE, o valor médio de avaliação dos apartamentos aumentou 5 euros em Janeiro, para 1.205 euros/m2, enquanto nas moradias verificou-se uma descida de 2 euros, para 1.065 euros/m2. Em termos homólogos, as avaliações bancárias de apartamentos e de moradias aumentaram 4,9% e 3%, respectivamente.
A nível regional, as maiores subidas na avaliação bancária situaram-se nos Açores (1,4%) e na Área Metropolitana de Lisboa (0,9%). As únicas descidas verificaram-se na Região Autónoma da Madeira (- 1,9%) e no Algarve (-0,3%).