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APEMIP: "Se o Estado não fizer asneiras, vamos crescer" no imobiliário

A Associação Portuguesa dos Mediadores Imobiliários antecipa um crescimento de 30% do mercado imobiliário em Portugal. Luís Lima, em entrevista à Lusa, pede a revitalização dos vistos "gold".

Miguel Baltazar
21 de Janeiro de 2017 às 10:30
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O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Lima, antecipa um crescimento de 30% no mercado imobiliário para 2017, à boleia de um bom ano no turismo.

"Prevejo [um crescimento de] 30%. Se o Estado não fizer asneiras, se deixar o mercado funcionar, vamos crescer, porque Portugal está com um potencial enorme. Vai ser um bom ano para o turismo, pelo que vai ser bom para nós", indicou Luís Lima, em entrevista à Lusa, recordando que o turista em Portugal "gosta de se fidelizar e adquire imobiliário".

"O imobiliário ajuda o turismo porque mantém o turista mais tempo", defendeu.

Com o sector em alta, o responsável admitiu a abertura de novas imobiliárias e espera que o sector cresça sobretudo com empresas licenciadas.

"À medida que há recuperação económica, um grupo de empresas pequeninas cresce muito facilmente, quando há uma crise económica também desaparecem muito facilmente", disse Luís Lima, antecipando que algumas ruas no Algarve se voltem a encher de mediadores.

Acerca do alojamento local, Luís Lima considera que ajudou à reabilitação das cidades e, se houve casas a migrarem para os arrendamentos de curta duração, é porque "não houve trabalho de casa na criação de incentivos fiscais para tornar o arrendamento tradicional mais compensador".

Mediadores imobiliários esperam que Governo recupere vistos "gold"

O Governo tem que agilizar os processos de vistos "gold" sob o risco do país ficar sem investimento, sobretudo chinês, alerta o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Lima.

"Espero que no espaço de um mês o Governo português tome uma decisão sobre esta questão, porque precisamos deste investimento como de pão para a boca até porque o investimento chinês atinge proporções mais elevadas", afirmou o dirigente da APEMIP.

O "Governo tem de exigir responsabilidades" sobre processos que não avançam, defendeu o dirigente em entrevista à agência Lusa, referindo que desde o "célebre escândalo, muita gente foge" por recear más interpretações.

O processo dos vistos "gold", cujo julgamento, em que é arguido o ex-ministro da Administração Interna Miguel Macedo, arranca a 13 de Fevereiro, depois de ter estado inicialmente marcado para 10 de Janeiro.

Esta investigação está relacionada com a aquisição de vistos por cidadãos estrangeiros interessados em investir e residir em Portugal, estando em causa indícios de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem, prevaricação, peculato de uso, abuso de poder e tráfico de influência.

"Já não chegam só palavras, o Governo tem de agir", disse o líder da APEMIP, resumindo ser "essencial e imprescindível recuperar os investidores chineses".


Em entrevista à Lusa, Luís Lima recordou que em Setembro chamou atenção para a questão da diminuição das autorizações de residência para a actividade de investimento (ARI) a cidadãos chineses e considerou que a situação "não foi mais terrível", porque foi atenuada por investimento brasileiro e francês.


"Os maiores investidores mundiais em imobiliário são chineses", notou Luís Lima, que admite deixar a China de fora das suas deslocações profissionais por achar que "pode não ter condições para vender o país".

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