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Venezuelana PDVSA diz aos funcionários para reduzirem custos em 50%

Já em incumprimento e em dificuldades devido à queda da produção de petróleo, a estatal Petróleos de Venezuela ordenou aos seus funcionários que reduzam custos e despesas em 50% numa campanha de austeridade que reflecte a crise económica que assola o país de 30 milhões de habitantes membro da OPEP.

Reuters
25 de Novembro de 2017 às 19:00
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A PDVSA, como a empresa é conhecida, convocou diferentes unidades de negócio, subsidiárias, joint-ventures e funcionários para aderir a uma longa lista de reformas de redução de custos, num contexto de "emergência económica nacional", sem afectar a produção diária de petróleo, de acordo com um memorando que foi enviado aos funcionários na quinta-feira e a que a Bloomberg teve acesso. A PDVSA e o Ministério do Petróleo do país confirmaram o conteúdo do memorando.

 

Os parceiros de joint-venture devem apresentar planos de financiamento, os projectos sem financiamento serão interrompidos, a formação fora da Venezuela só será realizada quando estritamente necessário e o transporte internacional, incluindo o uso de aeronaves da PDVSA, deve ser reduzido ao mínimo, segundo o memorando. O uso do cartão de crédito deve estar em linha com a política da empresa e será incentivado o uso de videoconferências para reduzir os custos de transporte para reuniões presenciais.

 

A ordem de apertar o cinto na maior empresa do país é mais uma das tentativas do governo do presidente Nicolás Maduro de evitar uma crise desencadeada pelos baixos preços do petróleo, uma recusa em promulgar medidas económicas para corrigir desequilíbrios e um impasse político que dividiu ainda mais a sociedade.

 

Na semana passada, o Ministério das Relações Exteriores enviou um e-mail a diplomatas em todo o mundo para renegociar o arrendamento de embaixadas e consulados ou procurar lugares mais baratos. As reservas internacionais estão perto do valor mais baixo em 15 anos, e o país tem sido assolado pela escassez de vários tipos de produtos, de antibióticos a alimentos.

 

No último relatório financeiro, relativo às contas de 2016 e divulgado em Agosto, a empresa anunciou que o lucro da PDVSA afundou quase 90% em relação ao ano anterior e as contribuições a programas sociais fundamentais esgotaram.

 

As refinarias da empresa com sede em Caracas estão a operar a um ritmo significativamente reduzido e algumas estão "completamente paralisadas", de acordo com Iván Freites, responsável de um sindicato do sector petrolífero.

 

A produção deverá cair para 1,84 milhões de barris por dia no próximo ano, o patamar mais baixo quando comparado com dados oficiais do governo desde 1989, segundo uma pesquisa com quatro analistas compilada pela Bloomberg.

 

Entre as demais mudanças de política reveladas no memorando, há regras sobre a atribuição de veículos da empresa, a prática de reservar quartos de hotel de forma indefinida e o aprimoramento da selecção de funcionários com base no mérito e formação. A PDVSA solicitou reduções no uso de electricidade, água, telemóveis, cartões de ligação à internet, equipamentos informáticos e gastos com publicidade e comunicação.

 

Mesmo depois de ter pago milhares de milhões de dólares no último mês para honrar as suas dívidas, a PDVSA está atrasada noutros pagamentos de juros da dívida, o que levou as agências de rating a cortarem a notação da petrolífera para incumprimento selectivo. O preço das obrigações com vencimento em 2022 é de 30 centavos por dólar, contra 67 centavos em Março.

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