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Venda da Portgas deverá gerar mais-valia de 79 milhões de euros à EDP

O Jornal Económico avança que a EDP pretende vender a totalidade da sua participação na Portgas, empresa avaliada em Novembro do ano passado em 168 milhões de euros.

António Mexia, presidente da EDP, é o 15.º Mais Poderoso de 2016.
18 de Novembro de 2016 às 10:09
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A EDP quer vender a participação de 97,3% que tem na Portgas, empresa que detém a concessão de distribuição de gás natural em 29 municípios no norte do país, avança o Jornal Económico esta sexta-feira, 18 de Novembro.

 

Segundo a mesma publicação, que cita fontes do mercado, a EDP já mandatou o BCP Investimento e o BBVA para montarem a operação de venda. As ofertas não-vinculativas deverão ser entregues no próximo mês, havendo já interessados na corrida, entre os quais fundos de investimento internacionais e outras entidades especializadas no sector energético.

 

Numo nota de análise, o Haitong adianta que esta operação pode gerar mais-valias de 79 milhões de euros para a eléctrica de António Mexia, tendo em conta os múltiplos implicados na venda da Galp Gás Natural ao japonês Marubeni – quase 11 vezes o EBITDA expectável para 2016.

 

Considerando esse múltiplo, e o EBITDA expectável de 50 milhões de euros em 2016, o banco de investimento atribui uma avaliação à empresa de 550 milhões de euros.

 

"Tendo em conta que a Portgas tem dívidas de 236 milhões de euros (a 15 de Dezembro), vender a participação de 97,3% na Portgas por 550 milhões de euros geraria uma mais-valia de 79 milhões de euros" para a EDP, contando já com o pagamento de uma taxa de imposto de 28%, adianta o Haitong.

 

O negócio, acrescenta o banco de investimento, é "potencialmente positivo" para a EDP, se a eléctrica "conseguir cristalizar os múltiplos elevados que os investidores financeiros têm vindo a pagar por activos regulados nos mercados desenvolvidos". Segundo o Haitong, "a questão chave é saber se esses múltiplos permanecerão tão altos se as taxas de juro começarem a subir".

 

Sobre a oferta de recompra de dívida, anunciada esta quinta-feira pela EDP, o Haitong diz que é "neutral a positiva", na medida em que a eléctrica continua a gerir o seu perfil de dívida.

 

Segundo a oferta divulgada no site da London Stock Exchange, estão em causa "notes" com maturidade em 2 de Fevereiro de 2018 (taxa de cupão de 6%) e em 1 de Outubro de 2019 (cupão de 4,9%).

O objectivo da operação é, segundo a eléctrica, "optimizar o seu portefólio de obrigações e aumentar o prazo médio da sua dívida," usando a liquidez disponível para pagar em dinheiro aos actuais titulares destes instrumentos.
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