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União Europeia junta-se à Califórnia para mostrar cartão vermelho a Trump

Os 28 estados-membros querem mais energia renovável para combater as alterações climáticas. Apesar da relutância do presidente Donald Trump, a Califórnia está a liderar o caminho da sustentabilidade nos EUA.

07 de Novembro de 2017 às 13:57
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Donald Trump rasgou o acordo de Paris, mas a União Europeia está apostada em liderar a nível global o combate às alterações climáticas. Do outro lado do Atlântico, apesar de o Governo federal norte-americano não estar interessado em medidas para reduzir as emissões de gases poluentes, estados como a Califórnia estão a criar a sua própria agenda em termos de redução de emissões poluentes.

"A relutância por parte dos outros actores globais, começando pela administração Trump, em tomar passos decisivos para travar o que é hoje a maior ameaça para o nosso planeta deve dar-nos um maior incentivo para continuarmos no caminho escolhido. Estou convencido que o arrastar de pés pela presidência norte-americana não vai impedir a cooperação tecnológica e industrial entre nós e muitas cidades e estados dos EUA", disse o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani (na foto), esta terça-feira, 7 de Novembro, em Bruxelas.

Enumerando dados do sector de produção de energia renovável europeu, o responsável apontou que desde 2007 este sector cresceu 70%, empregando actualmente 1,2 milhões de pessoas e gerando uma receita anual de 138 mil milhões de euros. Da produção total de electricidade na União Europeia, as fontes renováveis pesam 17% do total dos 28 estados-membros.

Antonio Tajani também apontou que o "paradigma económico" também tem vindo a mudar: "O crescimento económico já não significa maior consumo energético". Entre 2005 e 2015, apesar da economia ter crescido 10%, o consumo energético caiu 11%.

O presidente do Parlamento Europeu apontou assim que o rumo que o estado da Califórnia tem tomado no combate às alterações climáticas, à semelhança da União Europeia, é um "símbolo de uma aliança global que olha além das escolhas de curto prazo e dos erros".

As emissões poluentes na Califórnia já caíram 36% desde 1990 e mais de meio milhão de empregos foram criados no sector da produção de electricidade a nível renovável. A energia renovável pesa mais de 40% na produção total de electricidade na Califórnia, sendo este estado responsável por 15% da produção total de electricidade verde nos Estados Unidos.

No seu discurso perante o Parlamento Europeu em Bruxelas, o governador da Califórnia sublinhou os desafios que o mundo enfrenta devido às alterações climáticas.

"Estamos a ser confrontados perante um desafio sem precedentes. É preciso compreender que as alterações climáticas estão a ameaçar o nosso modo de vida se não lidarmos com elas", disse Edmund Jerry Brown.

O governador do político democrata sublinhou no seu discurso que os Estados Unidos da América são uma república federal, e que por isso a Califórnia tem poder para criar legislação e impostos. "O estado da Califórnia definiu o seu próprio caminho", sublinhou Edmund Jerry Brown num momento em que o presidente Donald Trump decidiu rasgar o acordo de Paris que prevê a redução das emissões poluentes.

O democrata relembrou que a Califórnia tem sentido na pele os efeitos das alterações climáticas e deu o exemplo dos incêndios, com este estado a ser muito afectado pelos incêndios florestais, à semelhança de Portugal.

"Na Califórnia costumávamos durante alguns meses a época de incêndios. Agora temos que combater incêndios praticamente todo o ano", destacou Edmund Jerry Brown.
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