Notícia
Como é que a Europa vai arranjar 380 mil milhões para financiar plano de energia limpa?
Os países da União Europeia precisam de mais dinheiro para implementar medidas de descarbonização até 2030. Mas no Parlamento Europeu há quem duvide que seja possível atingir este nível de financiamento.
Os países da União Europeia devem aumentar a sua factura anual em 177 mil milhões de euros para implementar medidas de descarbonização. Para atingir as metas europeias de energia e combate às alterações climáticas até 2030, este valor deve assim atingir um total de 380 mil milhões de euros anuais a partir de 2021.
"Este valor só pode ser alcançado com a combinação necessária de investimento público e privado por parte dos estados-membros e da União Europeia", começou por apontar o comissário europeu de energia, Miguel Arias Cañete (na foto).
"É por isso que escolhemos usar o orçamento da União Europeia para financiar projectos prioritários na União Europeia como energia renovável, eficiência energética e interligações energéticas, e também estimulando o investimento privado no sector energético", disse o responsável comunitário esta terça-feira, 7 de Novembro, durante um discurso no Parlamento Europeu em Bruxelas.
O comissário europeu destacou que os custos de instalação das renováveis têm vindo a cair e que os preços das tarifas bonificadas nos leilões mais recentes estão em níveis mais baixos face a leilões realizados anteriormente.
Por seu turno, o presidente do Parlamento Europeu apontou que o sector privado precisa de previsibilidade para poder investir até 2030. "Precisamos de providenciar um enquadramento legal estável às indústrias e eléctricas para garantir uma previsibilidade para os investimentos de longo prazo", afirmou Antonio Tajani no Parlamento Europeu, apontando que o novo pacote de energia limpa prevê a criação de 900 mil empregos no sector das renováveis.
O Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE), conhecido por plano Juncker já financiou projectos energéticos no valor de 10 mil milhões de euros, enquanto a segunda versão do FEIE, recentemente aprovada, vai dobrar este valor.
"No próximo orçamento precisamos de aumentar o financiamento para atrair novo investimento e criar empregos", defendeu Tajani, apontando que a renovação de edifícios, responsáveis por 40% do consumo de energia, pode mobilizar centenas de milhões de euros de investimento.
"São necessários esforços conjuntos, com fundos do orçamento da União Europeia a serem gastos em sinergias com empréstimos do Banco de Investimento Europeu, bancos e outras fontes nacionais de financiamento de forma a maximizar o investimento privado", apontou Antonio Tajani.
Mas a questão do financiamento do pacote de energia limpa europeu, que está a ser discutido no Parlamento Europeu, está longe de ser um tema consensual, com o eurodeputado polaco Jerzy Burzek a mostrar-se preocupado sobre como e quem é que vai pagar a factura deste plano.
"Gostaríamos de encontrar dinheiro para este plano. Como é que o vamos financiar?", questionou o antigo primeiro-ministro da Polónia no Parlamento Europeu, duvidando que as fórmulas de financiamento apontadas pelos responsáveis comunitários consigam atingir os desejados 380 mil milhões de euros por ano.
"Muitos estados-membros ainda estão dependentes de combustíveis fósseis e é preciso fazer grandes investimentos. Este plano precisa de uma aceitação social", destacou o deputado democrata cristão.
Recorde-se que a Polónia é produtora de carvão, com este combustível fóssil a ter um peso relevante na produção total de electricidade. Com isto em conta, o eurodeputado apontou que as regiões com indústria pesada que estão dependentes de carvão devem ter direito a um programa especial durante este período de transição energética.
*O jornalista viajou a convite do Parlamento Europeu
"Este valor só pode ser alcançado com a combinação necessária de investimento público e privado por parte dos estados-membros e da União Europeia", começou por apontar o comissário europeu de energia, Miguel Arias Cañete (na foto).
O comissário europeu destacou que os custos de instalação das renováveis têm vindo a cair e que os preços das tarifas bonificadas nos leilões mais recentes estão em níveis mais baixos face a leilões realizados anteriormente.
Por seu turno, o presidente do Parlamento Europeu apontou que o sector privado precisa de previsibilidade para poder investir até 2030. "Precisamos de providenciar um enquadramento legal estável às indústrias e eléctricas para garantir uma previsibilidade para os investimentos de longo prazo", afirmou Antonio Tajani no Parlamento Europeu, apontando que o novo pacote de energia limpa prevê a criação de 900 mil empregos no sector das renováveis.
O Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE), conhecido por plano Juncker já financiou projectos energéticos no valor de 10 mil milhões de euros, enquanto a segunda versão do FEIE, recentemente aprovada, vai dobrar este valor.
"No próximo orçamento precisamos de aumentar o financiamento para atrair novo investimento e criar empregos", defendeu Tajani, apontando que a renovação de edifícios, responsáveis por 40% do consumo de energia, pode mobilizar centenas de milhões de euros de investimento.
"São necessários esforços conjuntos, com fundos do orçamento da União Europeia a serem gastos em sinergias com empréstimos do Banco de Investimento Europeu, bancos e outras fontes nacionais de financiamento de forma a maximizar o investimento privado", apontou Antonio Tajani.
Mas a questão do financiamento do pacote de energia limpa europeu, que está a ser discutido no Parlamento Europeu, está longe de ser um tema consensual, com o eurodeputado polaco Jerzy Burzek a mostrar-se preocupado sobre como e quem é que vai pagar a factura deste plano.
"Gostaríamos de encontrar dinheiro para este plano. Como é que o vamos financiar?", questionou o antigo primeiro-ministro da Polónia no Parlamento Europeu, duvidando que as fórmulas de financiamento apontadas pelos responsáveis comunitários consigam atingir os desejados 380 mil milhões de euros por ano.
"Muitos estados-membros ainda estão dependentes de combustíveis fósseis e é preciso fazer grandes investimentos. Este plano precisa de uma aceitação social", destacou o deputado democrata cristão.
Recorde-se que a Polónia é produtora de carvão, com este combustível fóssil a ter um peso relevante na produção total de electricidade. Com isto em conta, o eurodeputado apontou que as regiões com indústria pesada que estão dependentes de carvão devem ter direito a um programa especial durante este período de transição energética.
*O jornalista viajou a convite do Parlamento Europeu