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Ucrânia: Petrolífera italiana Eni espera abrir conta em rublos na próxima semana
Espera para ver se as autoridades europeias deixam claro em regulamentos que permitam pagar na moeda nacional russa, conforme exigido pelo Presidente da Rússia, Vladimir Putin, a alguns compradores.
A petrolífera italiana Eni espera abrir na próxima semana uma conta em rublos para cumprir o pagamento do gás russo, que expira na segunda quinzena de maio, se não houver um impedimento europeu devido às sanções à Rússia.
Fontes da Eni consultadas pela agência de notícias EFE recusaram-se a comentar, mas outras familiarizadas com o assunto disseram que a empresa vai cumprir os seus compromissos de pagamento antes do final de maio, porque, caso contrário, violaria os contratos assassinados.
As fontes explicaram que a petrolífera ainda não abriu conta em rublos e está atenta à situação, esperando para ver se as autoridades europeias deixam claro em regulamentos que permitam pagar na moeda nacional russa, conforme exigido pelo Presidente da Rússia, Vladimir Putin, a alguns compradores.
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, afirmou na quarta-feira nos Estados Unidos -- onde viajou para falar com o Presidente norte-americano, Joe Biden, sobre a situação na Ucrânia -- que "a maioria dos importadores europeus" de gás russo "já abriram as suas contas em rublos".
O ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) garantiu que a Eni vai pagar a tempo, embora não tenha especificado se o fará em euros ou rublos, e reiterou que a União Europeia não indicou oficialmente o que fazer nesta situação.
Putin tenta pressionar alguns compradores estrangeiros a pagar o gás em rublos como medida de retaliação, após países ocidentais terem sancionado Moscovo devido à invasão da Ucrânia, e a empresa de gás Gazprom já decidiu cortar o fornecimento para a Polónia e a Bulgária por se recusarem a pagar em moeda nacional.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lembrou que as empresas europeias de energia que têm contratos em euros ou em dólares "não devem concordar com as exigências russas", porque estariam a violar as sanções europeias contra Moscovo e incorreriam num "alto risco".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de seis milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.