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Preços do gás caem à medida que mais empresas europeias consideram pagamentos em rublos

Depois da italiana Eni, mais empresas europeias admitem pagar fornecimento de gás à Rússia em rublos. Preços da matéria-prima chegaram a cair quase 7%.

Reuters
28 de Abril de 2022 às 11:31
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Depois de dois dias de ganhos, os preços do gás natural estão esta quinta-feira a cair, à medida que mais empresas europeias avaliam a opção de pagar as importações de gás da Rússia em rublos.

Depois da italiana Eni ter admitido que estaria a ponderar abrir conta na moeda russa para poder continuar a comprar à Gazprom, a Bloomberg indica que quatro compradores europeus já pagaram à empresa em rublos e dez abriram contas em bancos da Rússia para poderem também fazê-lo.

O Financial Times indica ainda que são várias as companhias energéticas - da Alemanha, Áustria, Hungria e Eslováquia - que estão a tomar medidas para conseguir cumprir a exigência de Vladimir Putin e realizar os pagamentos de gás em rublos. Entre as empresas a considerar essa opção, estarão a alemã Uniper e a austríaca OMV.

Estas ações surgem depois da Rússia ter cortado o fornecimento de gás à Polónia e à Bulgária por não terem cumprido com estas exigências e à medida que os prazos de pagamento se aproximam. Os países viram-se para Bruxelas a pedir orientações sobre o que fazer. Apesar de Ursula Von der Leyen ter apelado às empresas para não ceder, a Comissão Europeia terá dito esta quarta-feira aos representantes dos Estados-membros que vai, muito em breve, divulgar indicações mais precisas para estas situações.

Como consequência, os preços do gás estão em queda. Os futuros da matéria-prima chegaram a cair 6,9% durante a madrugada e estavam esta manhã a negociar com um recuo de 5,4%, a 101,50 euros por megawatt-hora, em Amesterdão, a referência para a Europa.

"O mercado parece estar a adotar a visão de que o gás vai continuar a fluir da Rússia e que é preciso um compromisso", explicou Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank, à Bloomberg. "A Rússia precisa do dinheiro e a Europa, especialmente a Alemanha, certamente precisa do gás, então, apesar da guerra, é provável que se encontre alguma solução."

Ainda assim, a Gazprom espera produzir menos gás em 2022, afetando potencialmente as exportações da Rússia.
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