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Savannah poderá garantir empréstimo até 260 milhões da Alemanha para mina de lítio
De acordo com a Savannah, trata-se de um "passo significativo na estruturação de opções de financiamento para o desenvolvimento do projeto em Portugal".
A mineira britânica Savannah Resources, dona do projeto da mina de lítio do Barroso, em Boticas, anunciou esta terça-feira que recebeu da Euler Hermes, a agência de crédito à exportação que atua em nome do Governo alemão, uma Carta de Interesse (não vinculativa) na qual fica expressa a existência de "potencial para uma garantia sobre um empréstimo de até 270 milhões de dólares" (257 milhões de euros).
De acordo com a Savannah, trata-se de um "passo significativo na estruturação de opções de financiamento para o desenvolvimento do projeto em Portugal, o maior depósito de espodumena de lítio da Europa".
Nessa mesma carta, a Euler Hermes confirma assim a "elegibilidade em princípio" para a Savannah receber uma Garantia de Empréstimo Desvinculado para um empréstimo próximo dos 300 milhões de dólares (limitado a 60% do investimento no projeto), um apoio financeiro que é apenas "potencial" e que assenta no fornecimento de lítio à Alemanha através de um acordo ("Heads of Terms") da Savannah com a sua parceira alemã AMG Lithium para fornecer 90 mil toneladas de concentrado de espodumena durante 10 anos.
Neste contexto, 80% deste empréstimo seria garantido pela República Federal da Alemanha, atribuído pelo KfW IPEX-Bank (o banco de investimento do Estado alemão e um dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo) e outros bancos.
Do lado da Savannah, o CEO Emanuel Proença destacou este "endosso ao projeto por parte de uma das entidades de crédito mais credíveis do mundo".
"É um passo fundamental para a construção de uma solução completa de financiamento do projeto. A possibilidade de obter uma parte substancial do financiamento global ao abrigo deste esquema de garantia de empréstimos por parte do Governo alemão, torna o financiamento da dívida do projeto mais atraente para os financiadores e oferece a oportunidade de custos e juros mais baixos para os nossos acionistas. O apoio do governo alemão e do KfW IPEX-Bank, um banco tier-1 a nível global, reforça claramente para todas as partes interessadas o significado estratégico do projeto", referiu o responsável.
Emanuel Proença reconheceu que em Boticas "ainda há um trabalho significativo pela frente para levar o projeto à construção e produção", mas disse que a empresa está a "progredir em fontes complementares de fundos, incluindo financiamento de outros organismos governamentais ou supranacionais (capital, subsídios, dívida) e potenciais clientes e investidores estratégicos adicionais"
Daqui para a frente, a Savannah, o KfW IPEX-Bank e a AMG passarão para a "Fase de Financiamento de Projeto" dos processos do KfW IPEX-Bank e da Euler Hermes. Esse passo incluirá "uma nova 'due diligence' para cobrir questões económicas, técnicas, jurídicas e de ESG antes que qualquer empréstimo potencial e termos associados possam ser confirmados".