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Repsol diz que Portugal é "alternativa" para fugir à windfall tax em Espanha
A empresa prevê pagar, relativamente a este imposto, entre 300 e 350 milhões de euros em 2024, face aos resultados deste ano.
O conselheiro-delegado da Repsol, Josu Jon Imaz, garante que a petrolífera espanhola tem "alternativas", como Portugal. para deslocalizar futuros projetos industriais e assim contornar o pagamento da taxa sobre os lucros excessivos (windfall tax) em Espanha, avançou o jornal La Vanguardia, esta sexta-feira. Isto depois de ter criticado a continuidade em 2023 e 2024 do imposto extraordinários sobre os lucros das empresas energéticas que consta do acordo firmado entre o PSOE e o Sumar para formarem um Governo de coligação em Espanha.
A Repsol tem já anunciado um investimento de 657 milhões de euros para construir duas novas fábricas e expandir o complexo industrial da empresa espanhola em Sines. As obras arrancaram em março deste ano. Considerado o "maior investimento industrial realizado em Portugal nos últimos 10 anos", com Potencial Interesse Nacional (PIN)", este projeto vai criar mais de mil postos de trabalho.
"Precisamos de um enquadramento regulatório claro, previsível e estável. Senão, temos outras alternativas. Temos outras localizações industriias. Em Portugal poderemos ter atividade internacional no nosso negócios industrial", disse Imax, acrescentando que este imposto "injusto, ilegal e discriminatório está a prejudicar as empresas que estão a investir em Espanha". O responsável disse que a empresa poderá tomar "decisões diferentes" num "futuro próximo".
O responsável da Repsol estimou que a empresa deverá pagar relativamente a este importo entre 300 e 350 milhões de euros em 2024, face aos resultados deste ano, abaixo dos 450 milhões já pagos em 2023 (relativos a 2022) devido à queda das receitas por causa da descida dos preços do petróleo. "Não há base legal para continuar com este imposto", diz Imax. Em Espanha, a taxa sobre os lucros excessivos diz respeito a 1,2% sobre as vendas das empresas energéticas com rendimentos superiores a 1.000 milhões.
Imaz lembrou que o assunto está agora nos tribunais espanhóis e que a resolução do conflito possa ocorrer dentro de "um ou dois anos". A petrolífera recorrerá também ao Tribunal Constitucional, porque defende que o imposto é "inconstitucional" e "viola a concorrência no mercado europeu".