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Repsol arranca com produção de biocombustíveis na fábrica de Cartagena

A fábrica em Espanha tem uma capacidade de produção anual de 250 mil toneladas de combustíveis renováveis, feitos a partir de resíduos orgânicos, que podem abastecer todo o tipo de transportes. A petrolífera prevê abrir uma segunda unidade em 2025 e outra até 2030.

04 de Abril de 2024 às 15:12
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A Repsol deu início à produção em grande escala de combustíveis renováveis na nova fábrica em Cartagena, na região espanhola de Múrcia, anunciada em 2020 e cujo investimento total ronda os 250 milhões de euros.

 

Nesta que é a primeira unidade fabril ibérica dedicada exclusivamente à produção de combustíveis 100% renováveis, irão ser disponibilizados, anualmente, 250 mil toneladas de matéria, afirma a petrolífera espanhola, num comunicado a que o Negócios teve acesso.

 

Todos os anos, cerca de 300 mil toneladas de resíduos orgânicos (como óleos alimentares usados) serão processados na fábrica de Cartagena, dando prioridade aos de origem nacional e europeia, explicou a empresa, acrescentando que estes biocombustíveis "de nova geração" podem ser utilizados em "automóveis, camiões, autocarros, navios ou aviões, utilizando as infraestruturas de reabastecimento existentes."

 

Das instalações espanholas sairão combustíveis sustentáveis para a aviação (SAF) e gasóleo renovável, "que evitarão a emissão de 900 mil toneladas de CO2 por ano, uma vez que representam uma redução de 90% nas emissões líquidas de dióxido de carbono, em comparação com o combustível mineral que substituem, pela menor intensidade de carbono do combustível renovável", explicam.

 

A empresa, que quer atingir a neutralidade carbónica até 2050, adiantou ainda que adquiriu 40% de três instalações industriais dedicadas à produção de óleos e biocombustíveis em Bilbau, Barcelona e Cartagena, num acordo firmando com a Bunge, com o objetivo de "assegurar a crescente procura de matérias-primas menos intensivas em carbono" para este tipo de produção sustentável.

 

Em matéria de parceiras, a energética afiançou que tem vindo a trabalhar com gigantes da aviação para promover o uso do combustível em voos comerciais, como a Iberia, Ryanair, Vueling e Air Europa.

 

Citado no comunicado, o diretor geral de Transformação Industrial e Economia Circular da Repsol, Juan Abascal, considera que, com a nova fábrica de Cartagena, a empresa dá "mais um passo na transformação para a descarbonização, com um projeto tecnológico de vanguarda", garantindo que a empresa está focada em descarbonizar a produção em todas as seis unidades que detém.

 

 

Três unidades de produção verde até 2030

 

À nova fábrica de Cartagena, cuja produção de renováveis representa 5% da totalidade e 17% da produção de parafina da Repsol, juntar-se-á em 2025 uma segunda fábrica em Puertollano, afirmou a empresa no comunicado.

 

Após um investimento de 120 milhões de euros, uma das unidades deste complexo industrial será convertida para produzir 240 mil toneladas de combustíveis "verdes". A Repsol que replicar este modelo num terceiro centro industrial em Espanha até 2030.

A petrolífera, que emprega 28 mil pessoas apenas nas refinarias, ambiciona liderar o mercado deste tipo de combustíveis na Península Ibérica e, para tal, pretende alcançar uma capacidade total de produção de combustíveis renováveis, incluindo hidrogénio renovável e biometano, entre "1,5 e 1,7 milhões de toneladas até 2027 e até 2,7 milhões de toneladas até 2030", reiteram.

Segundo afirmam, o que permitiu à empresa possuir um dos sistemas de "refinação mais eficientes da Europa" é o investimento anual de 1.000 milhões de euros que fez, em média, durante os últimos dez anos, tempo em que a União Europeia "perdeu 24 refinarias, cerca de 10% da sua capacidade de produção de combustíveis utilizados principalmente no transporte rodoviário".

No seu Plano Estratégico 2024-2027, a Repsol pretende investir até 6.800 milhões de euros nos negócios industriais da empresa, 44% dos quais dedicados a projetos de baixo carbono.


Peça revista por Marta Velho

 

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