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Renováveis abastecem 82% do consumo de eletricidade até junho, o valor mais alto em 45 anos

No gás natural, o primeiro semestre de 2024 registou uma descida de 19% no consumo acumulado, resultado de uma quebra de 66% no mercado elétrico. Para um primeiro semestre do ano tratou-se do consumo de gás mais baixo desde 2003.

Investimento tem-se concentrado sobretudo em renováveis. Especialistas lembram       que falta aposta noutras áreas.
Istockphoto
01 de Julho de 2024 às 17:40
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De acordo com os dados da REN - Redes Energéticas Nacionais, nos primeiros seis meses do ano a produção de energia renovável abasteceu 82% do consumo de eletricidade. Trata-se da contribuição semestral mais alta dos últimos 45 anos, diz a REN. Desta percentagem, a energia hidroelétrica foi responsável por 39%, a eólica por 28%, a fotovoltaica por 9% e a biomassa 6%.

Do lado das energias fósseis, a produção via gás natural foi responsável por 8%, com os restantes 10% a corresponderem ao saldo importador.

No primeiro semestre de 2024, o consumo de energia elétrica ficou 1,6% acima do verificado no mesmo período do ano anterior, o que atinge os 2,5%, considerando efeitos de temperatura e dias úteis. O índice de produtibilidade hidroelétrica registou 1,33 (média histórica igual a 1), o de eólica 1,06 e o de solar 0,93.

Olhando só para o mês de junho, o consumo de energia elétrica baixou 1,7%, como resultado das temperaturas abaixo dos valores normais, embora com a correção dos efeitos de temperatura e dias úteis se verifique um aumento de 0,7%. No mês passado, a produção renovável abasteceu 57% do consumo, a produção não renovável 4% e a energia importada, que registou o saldo mensal mais elevado de sempre, os restantes 39%.

No mercado de gás natural, durante o primeiro semestre o consumo acumulado anual registou uma descida de 19%, resultado de uma quebra de 66% no mercado elétrico, parcialmente compensada por uma evolução positiva de 3,4% no segmento convencional. Para um primeiro semestre do ano tratou-se do consumo de gás mais baixo desde 2003.

No mês de junho registou-se uma descida homóloga de 40% no consumo de gás natural. Enquanto no segmento de produção de energia elétrica a descida foi de 96%, no segmento convencional, que abrange os restantes consumidores, a redução foi de 3,2%. 

No mês passado o abastecimento nacional efetuou-se integralmente a partir do terminal de GNL de Sines, com o saldo de trocas através da interligação com Espanha a registar fortes exportações, equivalentes a cerca de 55% do consumo nacional.

Reováveis chegam a mais de 50% da produção de energias na Europa no 1º semestre


Também a nível europeu a produção de electricidade limpa está a bater recordes em 2024. No primeiro semestre, as energias renováveis ??representaram mais de 50% de toda a produção de energia na Europa, enquanto a energia nuclear manteve uma quota estável de 24% - de acordo com os números mais recentes da plataforma de dados da Eurelectric. A procura de energia, no entanto, permanece baixa devido ao crescimento lento, à desindustrialização e ao clima ameno. 

A estidade que representa as grande elétricas europeias diz que este é um aumento significativo em comparação com a percentagem de 68% em 2023. As principais razões subjacentes a este resultado notável foram um influxo sem precedentes de energias renováveis ??na rede, combinado com a estabilização da frota nuclear.

"O ritmo da mudança é impressionante. Estes números documentam que os esforços de descarbonização das empresas eléctricas estão anos à frente de qualquer outro sector", disse o secretário-geral da Eurelectric, Kristian Ruby.

Embora os números do lado da oferta sejam promissores, o mesmo não se pode dizer da procura de electricidade. No primeiro semestre de 2023, a procura de energia na UE diminuiu 3,4% em comparação com o mesmo período de 2022 e continuou a permanecer baixa em 2024 - 2,6% inferior ao primeiro semestre de 2022. Esta tendência deve-se principalmente à deslocalização da indústria para o estrangeiro, às temperaturas mais quentes , poupanças de energia e crescimento económico lento.

"Anos de estagnação na procura de electricidade transformaram-se agora num declínio regular. Os decisores políticos devem apoiar urgentemente a utilização de electricidade para fornecer os sinais de investimento necessários para a geração limpa", acrescentou Kristian Ruby.

Para tal, a Eurelectric apela à nova Comissão para que proponha um Plano de Acção para a Electrificação nos primeiros 100 dias do seu mandato, com uma meta de 35% para 2030 e um indicador claro de electrificação a ser introduzido nos planos nacionais de energia e clima (PNEC) dos países da UE. 
 
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