Notícia
Procura de gás natural na UE no valor mais baixo desde 2008
A importação da energia está em queda há dois anos consecutivos e, na União Europeia, diminuiu 7,4% no último ano. Em causa está o plano REPowerEU, que visa reduzir a dependência da região em gás natural russo.
No último ano, a procura por gás natural na União Europeia atingiu o nível mais baixo desde 2008, ano em que o Eurostat começou a recolher os dados mensais. Após um decréscimo anual de 13,3% em 2022, em 2023 a procura derrapou 7,4%, totalizando 12,72 milhões de terajoules (unidade usada para medir energia térmica).
Há dois anos consecutivos que a procura tem registado uma diminuição, de acordo com os dados partilhados esta terça-feira, 28 de maio, pelo gabinete de estatística europeu.
A justificar a redução está o regulamento europeu REPowerEU, programa que visa reduzir a dependência da região em combustíveis fósseis provenientes da Rússia, após a invasão à Ucrânia há mais de dois anos. Além disso, o Eurostat apoia ainda a "crise energética em curso e o aumento dos preços da energia" como razões explicativas.
Desde o arranque deste plano, Portugal atingiu o nono lugar como o país da União Europeia que mais diminuiu o consumo de gás russo, num total de 23%, acima do requisito de 15% ao nível comunitário, segundo dados da Comissão Europeia. A nível europeu, as importações desta energia caíram de 40% em 2021 para 8% em 2023.
Os dados revelados esta terça-feira pelo Eurostat mostram que, apesar de 21 dos 27 países da União Europeia terem reduzido a procura por gás natural, há quem a tenha aumentado significativamente. É o caso da Finlândia, que registou uma subida de 25,6%, a Suécia que avançou 11,1% e a Polónia que aumentou a compra em 5,3% face a 2022. De maneira mais reduzida, também Malta (+4,5%), a Dinamarca (+1,1%) e a Croácia (+0,8%) cresceram na importação desta energia.
A liderar as quedas na procura está a França, que diminuiu em 11,7% a compra de gás natural para 1,36 milhões de terajoules, seguida da Itália (-10%) que comprou 2,35 milhões de terajoules e ainda a Alemanha, que adquiriu 2,96 milhões de terajoules, um recuo de 3,8% face a 2022.
*Texto editado por Inês Santinhos Gonçalves