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Relatório interno da BP revela riscos de acidentes graves

Uma investigação interna da petrolífera concluiu que o grupo já esteve perto de dois acidentes potencialmente letais, como resultado de falhas na monitorização da segurança das refinarias, revelou o Financial Times desta terça-feira, 13 de Dezembro.

Bloomberg
Negócios 13 de Dezembro de 2016 às 11:34
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A BP esteve pelo menos duas vezes perto de sofrer dois acidentes potencialmente letais na sua operação, como resultado de falhas na supervisão das suas refinarias e unidades petroquímicas. Esta é a principal conclusão de um relatório interno da empresa, a que o Financial Times teve acesso e que dava conta das dificuldades do grupo, que fica atrás dos concorrentes da Shell, entre outros, na gestão da informação relativa à engenharia nas suas operações.


O grupo continua a sofrer com as consequências de um dos maiores desastres da indústria, o Deepwater Horizon, uma explosão que matou 11 pessoas e causou um derramamento de petróleo sem precedentes nas operação da BP no Golfo do México. Mas pelos vistos, seis anos depois, a empresa ainda tem muito a melhorar. A BP acordou pagar, ao longo de 18 anos, 18,7 mil milhões de dólares (cerca de 16,8 mil milhões de euros) pelo desastre, que teve lugar em Abril de 2010. 

No relatório interno, que foi obtido pela Greenpeace, segundo explicou o Financial Times, foram registadas várias "falhas por pouco" em refinarias e unidades químicas. A BP opera oito refinarias por todo o mundo e detém posições em mais cinco, o que lhe confere a capacidade de processar 1,9 milhões de barris por dia. O grupo britânico tem posições ou a totalidade das acções em mais 16 unidades petroquímicas.


O relatório detalha que em 2014, numa fábrica em Chicago, em Whiting, uma das máquinas sofreu um incidente de "elevado potencial", ou seja, quase um acidente em grande escala, que poderia ter resultado em perda de vidas.


A auditoria interna, realizada numa altura em que os baixos preços de petróleo estão a forçar as companhias do sector a cortar custos, concluiu que "não existe uma abordagem global e estandardizada à gestão de informação de engenharia e dados durante o período de vida de um activo". Estas falhas levam a "uma falta de responsabilização" no processo.


Os autores do relatório – quadros da BP que trabalharam com consultores da IBM e Worley Parsons – realçaram que havia uma "necessidade urgente" de melhorias que poderiam custar 170 milhões de dólares (160 milhões de euros) em cinco anos.


A BP referiu apenas que o documento "não é uma análise de quaisquer incidentes operacionais e qualquer sugestão de que indica que o grupo está a abdicar do seu empenho com a segurança está errado". 

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