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Gigante japonesa reforça em Portugal e abre filial em Lisboa

A Marubeni, que investiu mais de 400 milhões em Portugal desde 2013, abre esta terça-feira uma filial em Lisboa, o que é sinal do "compromisso com Portugal".

DR/Richter Frank-Jurgen
30 de Maio de 2017 às 00:01
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Quatro anos depois de ter entrado no mercado português, onde fez investimentos que ultrapassam os 400 milhões de euros, a multinacional japonesa Marubeni vai abrir esta terça-feira a sua primeira filial em Portugal. A empresa, que controla 22,5% do capital da Galp Gás Natural Distribuição (GGND), diz que a abertura desta sucursal representa "um compromisso firme" com a economia portuguesa.

Além da GGND, a Marubeni detém 19% da produção de energia eléctrica em Portugal, através do grupo Trustenergy, e é ainda dona de AGS (com outra empresa japonesa), que detém a distribuição de águas de 14 municípios (entre os quais Cascais e Setúbal).

Ao Negócios, o presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, diz que o estabelecimento da Marubeni em Portugal é "muito importante" porque "está a seguir um caminho de maior presença no nosso mercado", "estabiliza a sua operação" e "pode olhar de uma forma mais geral para todo o território". "É um sinal de compromisso com o mercado português" e o "culminar de um trabalho de alguns anos" com a multinacional.

"Quando uma empresa desta dimensão – a quarta maior do Japão – abre cá uma filial é porque vê Portugal como um mercado relevante", descreve Luís Castro Henriques, referindo-se às "sogo shosha", ou empresas com negócios em áreas muito diversificadas. Além do mercado português, a Marubeni olha para o país como uma plataforma para entrar noutros mercados como a América do Sul e também África, nomeadamente os países de língua portuguesa, acrescenta Castro Henriques.

As empresas "sogo shosha" são uma particularidade do Japão. Ao contrário do que é habitual, este tipo de companhia não se especializa numa área, tendo negócios numa variedade de sectores, numa estrutura próxima de um fundo de investimento. A Marubeni, por exemplo, começou por se especializar no comércio têxtil, mas actualmente faz negócio também nos sectores químico, energético ou mineiro.

De acordo com o ranking Forbes Global 500, a Marubeni foi a 14ª empresa com maior volume de negócios no Japão em 2016.

AICEP de olho no Japão

A AICEP tem tido "presença de alto nível no Japão pelo menos duas vezes por ano" e, em 2015, os responsáveis da Marubeni já diziam que "estavam a olhar para a possibilidade de se estabelecerem em Portugal".

A AICEP tem seis especialistas no país do sol nascente, focados na captação de investimento. Em Fevereiro último, Miguel Frasquilho, então presidente daquela entidade, participou num "road-show" de captação de investimento em solo nipónico.

A abertura da filial, contudo, não deverá trazer já anúncios de novos investimentos. O representante da Marubeni em Portugal, Yasunobu Ono, disse ao Negócios que, para já, não há "novos investimentos para anunciar", embora "esteja a haver discussões" nesse sentido. A filial será composta por dois quadros japoneses e "alguns portugueses, mas não muitos", e servirá para "desenvolver novos negócios". "Esta nova filial representa um compromisso firme para uma contribuição a longo prazo para a economia portuguesa", rematou Ono.

Quando uma empresa desta dimensão abre cá uma filial é porque vê Portugal como mercado relevante. luís castro henriques
Presidente da AICEP

Título corrigido às 17:01 de 30 de Maio: ao contrário do que o título afirmava, a Marubeni não é a quarta maior empresa do Japão; é sim a quarta maior empresa no campo das "sogo shosha", ou empresas com investimentos em sectores muito diversificados. Foi clarificado o quarto parágrafo e acrescentados o quinto e sexto parágrafos.
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