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Programa de eficiência energética da EDP já gerou investimentos de 14 milhões

Lançado há dois anos, o "Save to compete" conseguiu até ao momento poupanças energéticas de 3 milhões de euros, que tenderão a crescer, mas o presidente da EDP não está ainda satisfeito e dispara: "Queremos mais".

Bloomberg
26 de Junho de 2014 às 14:06
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Lançado há dois anos, o programa "Save to compete" foi anunciado pela EDP como uma iniciativa de ganhos mútuos: para as empresas, que baixariam a sua factura energética, e para a EDP, que ganharia ou fidelizaria clientes. Esta quinta-feira, no balanço de dois anos, o grupo revelou que já foram investidos 14 milhões de euros em projectos para ajudar a indústria portuguesa a poupar.

 

Até agora o "Save to compete" avançou com investimentos de 14 milhões, dos quais 8 milhões directamente financiados pela EDP, três milhões de euros pelo parceiro financeiro (o banco BPI) e os restantes três milhões pelas empresas beneficiárias dos projectos. O resultado é que estas empresas, nos projectos já concluídos, pouparam até ao momento 3 milhões de euros em energia.

 

Durante dois anos, o programa dinamizado pela EDP recolheu 197 candidaturas, das quais 58 chegaram à fase de auditoria e 38 foram alvo de uma proposta de acções concretas de eficiência energética. Desse universo, foram efectivamente adjudicados 26 projectos, dos quais 15 estão concluídos e 11 estão em curso.

 

O presidente executivo da EDP, António Mexia, está contente com o espírito do programa, mas ao mesmo tempo insatisfeito. "Queremos mais", declarou esta quinta-feira na sessão de balanço dos dois anos do "Save to compete". "Dadas as características deste programa e as estruturas de financiamento disponíveis, porque é que o número de projectos não é maior?", questionou o gestor.

 

Se os investimentos se pagam em pouco tempo, porque é que os empresários não apostam mais nestes projectos?
 
Artur Trindade,
Secretário de Estado da Energia

 

O secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, não deixou de elogiar a iniciativa. "O Governo vê com bons olhos este tipo de iniciativas e espera que elas possam ser aprofundadas e até estendidas a outras empresas", declarou o secretário de Estado da Energia. O governante questiona igualmente o facto de a adesão das empresas à eficiência energética ser ainda tímida. "Se os investimentos se pagam em pouco tempo, porque é que os empresários não apostam mais nestes projectos?", interrogou Artur Trindade.

 

O "Save to compete" já trabalhou até ao momento com empresas tão diversas como a DAI, Leroy Merlin, Unicer, Sonae Indústria, Bosch, Riopele, entre outras. Vários dos beneficiários apresentaram esta quinta-feira no Museu da Electricidade os seus testemunhos.

 

Gonçalo Santos, administrador da Iberol, sublinhou que ter um parceiro externo ajudou a encontrar as oportunidades de melhoria do desempenho energético da empresa. Uma das acções foi a conversão da unidade de geração de vapor da fábrica, que deixou de utilizar "fuel" e passou a consumir gás natural. Foi também feita uma auditoria energética. "Quando trazemos alguém de fora que consegue olhar para as coisas de outra forma, pode-se sempre optimizar", relatou o gestor da Iberol.

 

O presidente da CIP, António Saraiva, valoriza também os méritos do programa. "Já demonstrámos que este caminho pode ser percorrido sem qualquer apoio do Estado", afirmou. "Os resultados são claramente encorajadores", acrescentou.

 

Há dois anos, o CEO da EDP tinha anunciado a disponibilização de 20 milhões de euros por parte da EDP para suportar os investimentos necessários. Desse montante apenas 8 milhões foram usados até ao momento. António Mexia garante que se a procura de novos projectos disparar a EDP terá capacidade de resposta. "Não haverá uma restrição do nosso lado ao investimento dos nossos clientes", assegura o presidente executivo da EDP.

 

 
Variadores de velocidade e iluminação são as medidas mais comuns
Da experiência já registada no programa "Save to compete", a EDP indica que as medidas mais frequentes nos projectos realizados até ao momento passam pela instalação de variadores electrónicos de velocidade, que permitem optimizar o funcionamento das máquinas industriais, consumindo menos energia, mas também pela aposta em iluminação eficiente. Um quarto das empresas participantes no programa também recorreu à troca de combustível nas suas instalações (a substituição do "fuel" por gás natural tem sido uma solução para diversas indústrias). Entre as outras medidas frequentes neste programa de eficiência energética da EDP incluem-se ainda a instalação de motores de alto rendimento, a recuperação térmica e os sistemas de ar comprimido, por exemplo.
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