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Procura por carvão pode ter maior queda anual desde a Segunda Guerra Mundial

A procura global por carvão deve registar a maior queda anual desde a Segunda Guerra Mundial devido ao impacto das medidas de confinamento sobre a atividade económica.

Reuters
02 de Maio de 2020 às 18:00
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A queima de carvão para produzir eletricidade em vários países europeus já não é lucrativa e tornou-se socialmente insustentável, como resultado da queda do preço do gás natural e da expansão de fontes de energia renovável, além de poderosos movimentos de defesa do meio ambiente. A pandemia apenas acelerou o declínio do carvão.

A procura global por carvão deve cair 8%, informou a Agência Internacional de Energia num relatório que mede o impacto do vírus no setor da energia. A expectativa é que a quantidade de combustível queimado para energia registe uma queda de 10%.

Na China, a maior consumidora de carvão do mundo, a procura deve encolher 5%, apesar da recuperação gradual das indústrias desde que as medidas de confinamento foram reduzidas.

Na Europa, onde as políticas de eliminação total do carvão começam a entrar em vigor, a estimativa é de uma queda de 20% na procura, enquanto nos EUA a redução pode chegar a 25%, informou a AIE.

Nas últimas duas semanas, Áustria e Suécia anunciaram que fecharam as últimas centrais a carvão e agora fazem parte do grupo de países sem carvão no seu mix de eletricidade, como a Albânia, Bélgica, Estónia, Letónia, Lituânia e Noruega.

O Reino Unido não usa carvão há 20 dias, um recorde da era moderna, com a meta de eliminar o uso deste combustível até 2025. A Alemanha pretende abandonar o carvão até 2038, embora forças de mercado desencadeadas pelo coronavírus possam acelerar esse processo.

"Este é um choque histórico para todo o mundo da energia", disse Fatih Birol, diretor executivo da AIE. "Com as crises económicas e de saúde incomparáveis de hoje, a queda da procura por quase todos os principais combustíveis é impressionante, especialmente os casos do carvão, petróleo e gás."

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