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Preço da gasolina aumenta há oito meses

Segundo a ERSE o preço da gasolina em julho aumentou pelo oitavo mês consecutivo. E o do gasóleo pelo terceiro mês.

Neste cenário, os governos pontapeiam as metas climáticas e apoiam o investimento em combustíveis fósseis, para combater a inflação e o risco de agitação social enquanto repensam o caminho para um futuro baixo em carbono.

Apercebendo-se da subida dos preços das matérias-primas e do risco de um desastre económico devido ao calendário irrealista para a transição energética, os decisores políticos dão mais importância a sustentar a economia a curto prazo do que a salvar o ambiente a longo prazo.

Durante cinco anos, os Governos aliviam a burocracia no que toca ao investimento na produção de petróleo e durante dez anos flexibilizam os processos para a produção de gás natural, para incentivar os produtores a assegurarem abastecimentos adequados e preços razoáveis, colmatando assim a lacuna entre a energia disponível no presente e a energia limpa prevista para o futuro.
Pedro Brutt Pacheco
25 de Agosto de 2021 às 11:50
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O preço médio de venda ao público da gasolina simples 95 aumentou, em julho, pelo oitavo mês consecutivo, segundo dados anunciados esta quarta-feira, 25 de agosto, pela ERSE - Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.

O aumento, face a junho, foi de 2,7% para 1,713 euros por litro, depois de no sexto mês do ano ter aumentado 1,7% face a maio para 1,668 euros por litro.

Os impostos continuam a ser a maior componente do preço, pesando 57,7% na fatura, menos que os 58,8% que pasavam em junho. No mês de julho a subida da cotação e dos custos de frete é que contribuíram mais para o aumento. Essa componente pesou 27,5% do preço, o que compara com o peso de 26% em junho.

De acordo com os dados da ERSE, a margem de comercialização passou de um peso de 12,3% para 11,9%. O Governo já anunciou a intenção de legislar para que as margens de comercialização sejam controladas.

Ou seja, em cada litro - cujo preço médio é de 1,713 euros - quase 1 euro (0,998 euros) vai para impostos. Cerca de 20 cêntimos é margem de comercialização. E quase 50 cêntimos (47 cêntimos) é cotação internacional e frete.

Já no gasóleo simples, o preço médio de venda ao público aumentou 2,1% em julho, somando o terceiro aumento consecutivo desde a correção verificada em abril. 

Neste combustível, os impostos pesam 52,7% e a margem de comercialização 15,8%, o que, neste último caso, representou uma subida no peso de 0,4 pontos percentuais.

O preço médio foi em julho de 1,508 euros por litro de gasóleo simples. A segunda componente que mais pesa é, também neste caso, a cotação e frete. Segundo a ERSE, a cotação  internacional e frete aumentou "em linha com o comportamento dos mercados internacionais".

Em ambos os combustíveis, segundo a ERSE, "os hipermercados continuam a ser os operadores com preços mais competitivos". No caso da gasolina 95 os hipermercados têm preços 2,6% abaixo dos operadores "low cost" e 7,4% inferiores aos dos postos de abastecimento das petrolíferas.

A diferença chega aos 13 cêntimos por litro de gasolina.

No gasóleo, os hipermercados apresentam preços médios de cerca de 10,2 cêntimos abaixo da média nacional. Os "low costs" têm o gasóleo numa média de 1,445 euros por litro, mais 2,5% que o dos hipers. E as petrolíferas cobram 1,532 euros por litro, 2,4 cêntimos por litro acima da média nacional.

Por região, segundo a ERSE, em julho, estes dois combustíveis apresentam preços um pouco mais elevados nos distritos de Bragança, Beja, Lisboa e Portalegre. Já em Braga e Aveiro os preços são mais baratos, no continente, mas em Castelo Branco, Viseu e Santarém os preços também são mais baixos que a média nacional.

O aumento registou-se ainda no GPL auto. Subiu 2,5% face a junho, para 0,760 euros por litro. 

Na venda de garrafas de gás, e terminado o regime de preços máximos para butano e propano, em julho registaram-se aumentos de 1,5% e de 1,4% do preço médio de venda ao público nas garrafas mais comercializadas (G26) de gás propano e butano, respetivamente.

Em julho continuou a assistir-se ao aumento do consumo de combustíveis derivados do petróleo. A subida foi de 13% incluindo a gasolina, o gasóleo, o jet e o GPL. O consumo está a aumentar desde fevereiro.
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