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Petrobras passa de perdas a lucros e regista ganho mais elevado dos últimos dois anos

A Petróleo Brasileiro (Petrobras) reportou um resultado trimestral líquido de 1,28 mil milhões de euros, o valor mais elevado dos últimos dois anos, contra prejuízos no período homólogo de 2016.

Bloomberg
12 de Maio de 2017 às 02:04
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A Petrobras divulgou esta noite as suas contas do primeiro trimestre de 2017, tendo anunciado lucros de 4,45 mil milhões de reais (1,28 mil milhões de euros).

 

Foram os lucros mais elevados da petrolífera brasileira nos últimos dois anos e constituíram uma grande melhoria face às perdas de 1,25 mil milhões de reais (361,1 milhões de euros) registadas entre Janeiro e Março de 2016. Além disso, representam um aumento de 77% quando comparados com os últimos três meses do ano passado.

 

O programa de corte de custos levado a cabo pelo CEO da petrolífera, Pedro Parente, parece assim estar a dar os seus frutos, sublinha a Bloomberg, recordando o plano de melhoria da eficiência operacional e de redução da dívida que está a ser levado a cabo na empresa.

 

Este resultado "reflecte o nosso desempenho operacional, apesar da menor procura por derivados no mercado brasileiro", frisa a empresa no comunicado sobre os resultados que publicou na sua página oficial de Internet.


O desempenho do trimestre "foi alcançado por meio de menores gastos com importação de petróleo e derivados, em função da maior participação do petróleo nacional na carga processada e da maior oferta de gás natural nacional, assim como menores despesas com vendas, gerais e administrativas. Além disso, houve redução das despesas financeiras líquidas e dos menores gastos com baixas de poços secos/subcomerciais", acrescenta.

 

"A Petrobras junta-se a grandes produtores, como a Exxon Mobil e a Petroleos Mexicanos [PEMEX], ao mostrar que o sector petrolífero emergiu ainda mais forte da pior contracção registada numa geração, já que estão a ser anunciados fortes lucros - mesmo com o petróleo a negociar na casa dos 50 dólares por barril", refere por seu lado a Bloomberg.

 

Chris Kettenmann, estratega principal da Macro Risk Advisors, considera que o importante é que a Petrobras continue a ser capaz de reduzir o endividamento e a monetizar os activos. "Esse é o ponto essencial", comentou o analista à agência noticiosa.

 

No primeiro trimestre de 2017, a Petrobras reduziu em 5% o seu encargo com a dívida, face ao final do ano passado, para 106 mil milhões de euros.

 

No segundo trimestre, a empresa espera encaixar receitas antes de impostos no valor de 6,7 mil milhões de reais (1,93 mil milhões de euros) com a venda da Nova Transportadora do Sudeste, uma unidade de distribuição de gás, à Brookfield Asset Management e a outros investidores, segundo um outro comunicado da Petrobras.

 

A petrolífera estatal brasileira teve de rever o seu plano de desinvestimentos depois de um tribunal do país ter exigido mais transparência na selecção dos compradores interessados, destaca a Bloomberg.

 

A empresa está a tentar angariar 19,3 mil milhões de euros até ao final de 2018 com a venda de activos. Pedro Parente pretende colocar à venda 40 activos avaliados em torno de 38,5 mil milhões de euros, conforme referiu numa entrevista no passado dia 1 de Maio. "As vendas servirão para reduzir a nossa dívida", afirmou entretanto esta quinta-feira.

 

Entre os potenciais activos que serão vendidos está uma participação num grupo de campos petrolíferos em África e a refinaria de Pasadena, no Texas, revelou a Petrobras esta semana.

 

O mercado acolheu com entusiasmo estes números e as acções (ADR) da empresa seguem a subir 3,5% para 10,04 dólares na negociação fora de horas em Nova Iorque, depois de terem encerrado a sessão do horário regular nos 9,70 dólares.

 

Os ADR, recorde-se, são certificados de depósito representativos de acções de empresas estrangeiras, negociadas em bolsa no país de origem, que são transaccionados em bolsas norte-americanas, como se de acções se tratassem.

Na apresentação dos resultados de 2016, que se saldou em prejuízos de 4,4 mil milhões de euros, a Petrobras deu algumas luzes sobre o seu plano de investimentos, desinvestimentos e parcerias, referindo a Galp Energia. A única informação disponível é a de que a Petrobras prevê assinar uma parceria estratégica com a Galp ainda este ano, não tendo sido ainda revelados mais pormenores.

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