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CEO da Petrobras destaca parceria com Galp em estratégia para virar a página do escândalo
O presidente da petrolífera que esteve no centro do escândalo Java Lato admite estar em negociações com grandes empresas, incluindo a Statoil e a Galp, e que as parcerias estratégicas são um dos eixos centrais do seu plano para os próximos cinco anos.
O CEO da Petrobras, Pedro Parente, admitiu, em entrevista ao Les Echos, que o estabelecimento de parcerias estratégicas é um dos eixos centrais do plano da petrolífera para os próximos cinco anos, numa altura em que a empresa procura virar a página do escândalo de corrupção.
Nomeado para o cargo em Junho de 2016, o antigo ministro brasileiro reconheceu que a petrolífera está em negociações com vários players, incluindo a portuguesa Galp.
"Estamos em discussões com várias grandes empresas, incluindo a norueguesa Statoil e a portuguesa Galp. A Statoil tem uma vasta experiência em melhorar as taxas de recuperação de petróleo em campos maduros", afirmou o CEO da petrolífera, em entrevista à publicação francesa.
Em Outubro do ano passado, a Petrobras e a Galp anunciaram a assinatura de um memorando de entendimento com o objectivo de "fortalecer as actividades de exploração, desenvolvimento e produção" e consolidar a aliança estratégica entre as companhias.
Além de estudar a potencial participação em consórcios para explorar, produzir e desenvolver infra-estruturas de óleo e gás "em regiões de interesse comum em todo o mundo", as duas empresas comprometeram-se também a desenvolver um "programa conjunto de treinamento e pesquisa com foco em reservatórios carbonáticos em águas profundas", segundo o comunicado emitido na altura.
O plano da Petrobras para os próximos cinco anos prevê, além de parcerias estratégicas, medidas de reestruturação que passam pela venda de activos e pela saída de quase 12 mil trabalhadores, com o objectivo de restaurar a situação da petrolífera que esteve no centro do escândalo de corrupção Lava Jato.
Na mesma entrevista, Pedro Parente admite que o escândalo teve um "efeito positivo", porque mostrou que "as instituições brasileiras funcionam". "O problema do Brasil até agora foi a falta de aplicação das leis. Com esta operação, políticos e pessoas importantes foram colocados na prisão, o que era inimaginável antes", concretizou.