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Passos elogia EDP e realça "sacrifício adicional" das grandes empresas

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, elogiou hoje a EDP, pelo seu papel social e contributo para a economia, e considerou que muitos esquecem o "sacrifício adicional" feito pelas grandes empresas e pelo sector financeiro nestes últimos anos.

27 de Abril de 2015 às 22:17
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Durante uma iniciativa da Fundação EDP, o chefe de Governo realçou que não está programada a remoção da sobretaxa de IRC nem do aumento da taxação das mais-valias financeiras, ao contrário do que acontece com medidas como os cortes salariais no sector público e a sobretaxa de IRS, declarando: "Há muita gente que já se esqueceu que estas medidas tiveram de ser adoptadas e de que ainda estão em prática".

 

Nesta iniciativa, realizada no Museu da Electricidade, em Lisboa, para assinalar os dez anos do programa EDP Solidária, Passos Coelho atribuiu em nome do Governo PSD/CDS-PP um prémio à empresa, pelo seu papel social, e apontou-a como um exemplo de abertura económica, sustentando que se tornou melhor com a privatização.

 

Na sua intervenção, Passos Coelho começou por elogiar a EDP, por "ir mais longe" no investimento em projectos sociais "do que as suas obrigações legais", e em seguida fez "questão de sublinhar" o "contributo adicional" exigido às empresas pelo Governo PSD/CDS-PP.

 

"Num país que precisa tanto de atrair capital, e capital financeiro, não é muito recomendável que se agravem os impostos sobre o capital, mas parecia-nos ser quase impossível em anos de tanto sacrifício não exigir a todos um contributo adicional", justificou.

 

O primeiro-ministro referiu que "as empresas, de um modo geral, foram solicitadas a pagar uma derrama estadual" que "pode significar 3% a mais, ou 5% a mais, ou 7% a mais no pagamento do seu IRC".

 

Depois, disse que a taxa liberatória sobre mais-valias financeiras "foi sucessivamente aumentada até aos atuais 28%".

 

Passos Coelho apontou estas medidas como um "sacrifício adicional, em nome da solidariedade social", assinalando: "E reparem que, neste caso, nós ainda não conseguimos no Programa de Estabilidade que apresentámos prever a remoção destas solicitações que foram endereçadas quer às empresas maiores quer à área financeira".

 

"O que não quer dizer que, tendo condições para o fazer, o não devamos realizar também nos próximos anos", completou, voltando a defender que Portugal precisa "de investimento externo como de pão para a boca".

 

O primeiro-ministro acrescentou que a EDP e outras empresas energéticas fizeram "ainda dois esforços adicionais", através da "contribuição extraordinária que foi solicitada ao setor energético" e das "tarifas sociais".

 

O primeiro-ministro insistiu que "é muito importante recordar tudo isto", considerando: "Muitas vezes no nosso debate público a hipersimplificação conduz às vezes a conclusões um pouco erradas, e é hoje muito fácil fazer críticas públicas às grandes empresas que obtêm grandes resultados, mas é importante que se saiba que essas empresas têm hoje também uma contribuição muito significativa e excepcional para corrigir os problemas por que nós todos passámos".

 

No fim do seu discurso, apontou a EDP como "um exemplo para as outras empresas" e fez um balanço positivo da sua privatização: "Se ela já era uma grande empresa portuguesa, agora é uma empresa ainda com melhores recursos e com mais capacidade para crescer".

 

Da parte do Governo, estiveram também presentes nesta iniciativa os ministros da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, e da Saúde, Paulo Macedo.

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