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Nova gestão da EDP aprovada com 99,98% dos votos. Conheça a equipa liderada por Stilwell

A equipa liderada por Miguel Stilwell de Andrade foi aprovada por 99,98% dos accionistas com presença na assembleia-geral extraordinária que decorreu esta terça-feira. Saiba quem são os cinco administradores da nova equipa de gestão da maior cotada portuguesa.

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A lista do novo conselho de administração executivo da EDP, encabeçada por Miguel Stilwell de Andrade, foi aprovada por 99,98% dos acionistas presentes na assembleia-geral extraordinária que decorreu remotamente esta terça-feira, sabe o Negócios.

Após a votação dos acionistas nesta reunião, que contou com quórum de 73,9%, o novo "board" tem assim luz verde para iniciar as suas funções para o próximo triénio (2021-2023), arrancando, ao mesmo tempo, com uma nova Era da elétrica após uma década e meia aos comandos do histórico CEO António Mexia.

O outo ponto da agenda, relativo à prorrogação da política de remuneração da administração da EDP, também foi aprovado, mas com menor votos favoráveis: 89,39%.

Além de Stilwell de Andrade, que já ocupava o cargo de CEO interino desde Julho, a nova equipa de gestão  inclui ainda Rui Teixeira, Miguel Setas, Vera Pinto Pereira e Ana Paula Marques, antiga vice-presidente da Nos e o único novo membro do conselho executivo da EDP que foi reduzido de sete para cinco gestores. Os pelouros de cada um dos administradores deverão ser conhecidos também esta terça-feira. 


5 desafios da nova equipa de gestão

Aumentar as receitas em Portugal, reforçar o peso das renováveis e cumprir as metas do plano estratégico são alguns dos desafios do novo "board" a EDP. A litigância com o Estado e o futuro concurso para as concessões elétricas podem vir a ser alguns dos obstáculos.

| Operação em Portugal
Miguel Stilwell de Andrade vai assumir os comandos da EDP com a operação em Portugal a registar prejuízos de 23 milhões de euros, de acordo com os últimos dados relativos a setembro de 2020. Uma tendência verificada desde 2018 devido a provisões e imparidades relacionadas com processos judiciais e ao fecho da central a carvão de Sines. Ao mesmo tempo, a nova equipa vai ter o desafio de aumentar as receitas da EDP Comercial, que apesar de ser líder de mercado, com mais de 70% de quota, de ano para ano tem visto o número de clientes diminuir fruto do mercado liberalizado. Além disso, para aumentar os proveitos, terá de reforçar a oferta em novos serviços adicionais, como ofertas de assistência técnica ou planos de saúde.

| Concessões elétricas
Outro dos grandes desafios que a equipa de Stilwell de Andrade poderá ter em mãos está relacionado com o concurso para as concessões de eletricidade em baixa tensão, atualmente exploradas pela EDP Distribuição. Os moldes do concurso, que o Governo espera lançar este ano, não são conhecidos. Mas caso a sugestão da ERSE de dividir a concessão por três zonas seja aceite, pode acabar com o monopólio da EDP na distribuição de eletricidade em baixa tensão, que chega a casa dos consumidores domésticos. Atualmente, 99,5% do território de Portugal tem a sua rede elétrica concessionada à EDP Distribuição, com contratos que vão terminar, de forma gradual, até 2026.

| Reforçar renováveis
Com a transição energética no topo da agenda de vários países a nível global, a EDP tem reforçado a sua aposta nesta área através do seu braço para as energias limpas, a EDP Renováveis, para acompanhar o movimento da descarbonização. Além de novas aquisições de parques solares e eólicos, a elétrica já anunciou que vai apostar em novas áreas como o hidrogénio verde. Decisões herdadas do anterior conselho executivo, liderado por António Mexia, e que terão de ser continuadas e reforçadas pela nova equipa.

| Dívida e dividendos
O cumprimento das metas do plano estratégico elaborado para o período 2019-2022 é outro dos principais desafios. Os objetivos traçados para a instalação de nova capacidade e rotação de ativos seguem a passos rápidos. Aliás, só com a venda das barragens ao consórcio liderado à Engie (por 2,2 mil milhões de euros), superou a meta de encaixe de 2 mil milhões de euros com a alienação de ativos até 2022. No que toca à instalação de nova capacidade (em 7 GW), mais de 80% já foi executada, o que pode abrir a porta à revisão destas metas antes de 2022. A redução da dívida líquida também está a seguir a sua trajetória. O objetivo é fechar 2022 nos 11,5 mil milhões de euros. No final de setembro situava-se em 13 mil milhões de euros. O plano prevê ainda a distribuição de 3 mil milhões aos acionistas até 2022, com um dividendo mínimo de 19 cêntimos por ação. Um objetivo que a nova equipa de gestão terá de manter para satisfazer os interesses dos acionistas.

| Batalhas jurídicas
A litigância com o Estado é outro dos grandes desafios. Só nos processos em torno da barragem de Fridão e dos CMEC - as chamadas rendas da energia - estão centenas de milhões de euros em causa.


(notícia atualizada)
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