Notícia
Nem crise energética muda oposição de França a gasoduto ibérico
O Eliseu volta a torcer o nariz a um gasoduto que ligasse Portugal ao resto da Europa, passando por Espanha e França. Na semana passada, o chanceler alemão defendeu esta solução, sendo apoiado por Madrid e Lisboa.
França colocou água na fervura quanto à construção de um gasoduto que transporte gás natural a partir de Portugal, atravessando Espanha e França, para abastecer o resto da Europa. Segundo o país, este não estaria construído a tempo de dar resposta à crise energética que o bloco europeu atravessa e colocaria em causa os objetivos contra as alterações climáticas, detalha um comunicado do Ministério da Transição Energética, citado pelo Cadena SER.
O projeto do gasoduto em causa, conhecido como Midcat e que atravessaria os Pirinéus franceses, não é de agora. Já em 2019 foi travado, depois de França e Espanha o considerarem economicamente inviável. Agora, a crise atual parece ter mudado a visão do país vizinho, mas não a do território liderado por Macron.
"Os Estados-membros da União Europeia que dispõem de frentes marítimas começaram a construir terminais de metano, uma solução mais rápida e que permite importar gás dos países do Golfo e Estados Unidos", refere o ministério gaulês na nota, apontando que estes terminais representam investimentos menores e mais rápidos.
A posição de França surge depois de, no passado dia 11 de agosto, o chanceler alemão, Olaf Scholz, ter defendido a construção de um gasoduto que transporte gás natural a partir de Portugal, atravessando Espanha e França, para abastecer o resto da Europa.
Uma sugestão que rapidamente recebeu o apoio do primeiro-ministro português e da ministra espanhola para a Transição Ecológica. "A Alemanha pode contar 100% com o empenho de Portugal para a construção do gasoduto. Hoje para o gás natural, amanhã para o hidrogénio verde", escreveu António Costa no Twitter.