Notícia
Miguel Stilwell de Andrade: Renováveis amortecem custos e não se prevê aumentos em 2022
O presidente executivo da EDP acredita que as energias renováveis estão "a servir de amortecedor" em relação à crise nos preços da energia.
06 de Novembro de 2021 às 19:04
O presidente executivo da EDP afirmou este sábado que as energias renováveis estão "a servir de amortecedor relativamente ao aumento dos custos" e que "não se prevê grande aumento" do preço para o consumidor final em Portugal em 2022.
É "inquestionável que estamos a viver uma transição energética. Podemos discutir o ritmo, a forma, mas ela vai existir", realçou Miguel Stilwell de Andrade, numa discussão de um painel do congresso SEDES, no Porto, que debatia "Energia, Ambiente e Economia Circular".
Falando dessa mudança, destacou que "obviamente não se quer onerar os consumidores", mas que, "para combater as alterações climáticas, é preciso ir fazendo esta transição".
Segundo adiantou, as energias renováveis, que, "no ano passado, eram mais caras (...) neste momento estão a servir de amortecedor relativamente ao aumento dos custos, de tal forma que, para 2022, não se prevê grande aumento dos custos, pelo menos para consumidores portugueses por causa das renováveis".
"Grande parte disso tem a ver com grande parte dessa energia vir das renováveis, até há aqui um superavit que se vai gerar, e a dívida do sistema, que era de cerca de 3,5 mil milhões de euros em 2020, baixa para cerca de 1,7 mil milhões de euros em 2022", concretizou.
O presidente executivo da EDP sublinhou que a dívida tarifária "converge para zero até 2024" e defendeu que se acabe com esta dívida "o mais rapidamente possível".
Ainda sobre a crise energética, referiu que é um "tema quase geopolítico", detalhando a dimensão global do problema: "há armazenamento baixo na Europa, muita procura na Ásia, a Rússia também a fornecer menos do que o previsto e um preço de gás mais alto, que é igual a um preço de eletricidade mais alto".
"A Europa olha para isso e pensa que não podemos estar tão dependentes do gás", frisou.
Sobre a produção de hidrogénio, reconheceu que "é mais caro e, portanto, precisa de apoio", mas lembrou que se trata de uma "tecnologia embrionária" e que "todas as tecnologias, quando são introduzidas, são caras".
A EDP tem já alguns projetos nessa área em Espanha e planeia aplicar essa opção em Sines, aproveitando "pessoas e infraestrutura".
"Temos apoio da Comissão Europeia para um projeto de até 100 Megawatts até 2025. Permite testar tecnicamente se a coisa funciona, e em função disso ver se faz sentido escalar ou não", detalhou.
O administrador considera que "Portugal não deve ser pioneiro" dessa solução, e que deve avançar com os restantes países europeus.
À classe política, o administrador pediu garantia de "alguma estabilidade e previsibilidade" para quem investiu no setor, nomeadamente em energias renováveis.
Para Miguel Stilwell de Andrade, "não tem de existir uma escolha entre o clima e a economia, elas podem coexistir", e a EDP está "totalmente disponível para contribuir para esta discussão do sistema energético em Portugal".
ILYD // HB
Lusa/Fim
É "inquestionável que estamos a viver uma transição energética. Podemos discutir o ritmo, a forma, mas ela vai existir", realçou Miguel Stilwell de Andrade, numa discussão de um painel do congresso SEDES, no Porto, que debatia "Energia, Ambiente e Economia Circular".
Segundo adiantou, as energias renováveis, que, "no ano passado, eram mais caras (...) neste momento estão a servir de amortecedor relativamente ao aumento dos custos, de tal forma que, para 2022, não se prevê grande aumento dos custos, pelo menos para consumidores portugueses por causa das renováveis".
"Grande parte disso tem a ver com grande parte dessa energia vir das renováveis, até há aqui um superavit que se vai gerar, e a dívida do sistema, que era de cerca de 3,5 mil milhões de euros em 2020, baixa para cerca de 1,7 mil milhões de euros em 2022", concretizou.
O presidente executivo da EDP sublinhou que a dívida tarifária "converge para zero até 2024" e defendeu que se acabe com esta dívida "o mais rapidamente possível".
Ainda sobre a crise energética, referiu que é um "tema quase geopolítico", detalhando a dimensão global do problema: "há armazenamento baixo na Europa, muita procura na Ásia, a Rússia também a fornecer menos do que o previsto e um preço de gás mais alto, que é igual a um preço de eletricidade mais alto".
"A Europa olha para isso e pensa que não podemos estar tão dependentes do gás", frisou.
Sobre a produção de hidrogénio, reconheceu que "é mais caro e, portanto, precisa de apoio", mas lembrou que se trata de uma "tecnologia embrionária" e que "todas as tecnologias, quando são introduzidas, são caras".
A EDP tem já alguns projetos nessa área em Espanha e planeia aplicar essa opção em Sines, aproveitando "pessoas e infraestrutura".
"Temos apoio da Comissão Europeia para um projeto de até 100 Megawatts até 2025. Permite testar tecnicamente se a coisa funciona, e em função disso ver se faz sentido escalar ou não", detalhou.
O administrador considera que "Portugal não deve ser pioneiro" dessa solução, e que deve avançar com os restantes países europeus.
À classe política, o administrador pediu garantia de "alguma estabilidade e previsibilidade" para quem investiu no setor, nomeadamente em energias renováveis.
Para Miguel Stilwell de Andrade, "não tem de existir uma escolha entre o clima e a economia, elas podem coexistir", e a EDP está "totalmente disponível para contribuir para esta discussão do sistema energético em Portugal".
ILYD // HB
Lusa/Fim