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EDP vê oportunidades de investimento em todo o território norte-americano
Com a diminuição e encerramento de centrais a carvão nos Estados Unidos, as energias e tecnologias renováveis são boas substitutas, trazendo consigo mais poupanças para os consumidores, afirma o presidente da EDP e EDP Renováveis, Miguel Stilwell.
As oportunidades de investimento em energias renováveis nos Estados Unidos são cada vez maiores, em comparação com os últimos 15 anos em que a EDP atuou no mercado norte-americano, disse à Lusa o responsável da empresa, Miguel Stilwell.
O presidente executivo da EDP e EDP Renováveis (EDPR) considerou que os 50 estados dos EUA "estão a olhar para as energias renováveis", e representam oportunidades para a empresa portuguesa, em maior ou menor grau.
Porém, o crescimento da EDP Renováveis nos Estados Unidos não se faz por um plano geográfico, mas em resposta à procura.
A transição energética ganhou um ímpeto que abrange não só instituições do Estado e companhias de distribuição de energia, mas também empresas de outros setores, a nível individual, que querem tornar-se mais eficientes nos seus gastos e mais responsáveis nas emissões poluentes.
Segundo Miguel Stilwell, grandes empresas norte-americanas, como a Amazon, Google, Microsoft ou Walmart, "contratam muitos projetos renováveis, porque eles próprios também têm objetivos de sustentabilidade" e responsabilidade social a nível ambiental.
"Portanto, eles também acabam por ser bons consumidores para projetos nossos", sublinhou.
O gestor disse à Lusa que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem "claramente uma atitude muito positiva" em relação às energias renováveis, o que, com o aumento de créditos fiscais, "ajuda a criar procura", para a qual a EDP Renováveis se pode posicionar.
Com a diminuição e encerramento de centrais a carvão nos EUA, as energias e tecnologias renováveis são boas substitutas, trazendo consigo mais poupanças para os consumidores, afirmou o engenheiro.
Miguel Stilwell falava à Lusa à margem da inauguração do maior parque eólico da EDP no mundo, em White County, no estado de Indiana, uma "área fantástica para o vento e energia solar", à semelhança de grande parte do interior e sudoeste dos Estados Unidos.
Já a nordeste ficariam mais beneficiados os projetos 'offshore', nas águas do Atlântico, segundo o presidente executivo, indicando que a EDPR está a desenvolver já um projeto 'offshore' para Massachusetts.
"Temos muitos investidores americanos que já investem, não só na EDP, mas diretamente em projetos nossos nos Estados Unidos", garantiu Miguel Stilwell à Lusa, com referência a parcerias criadas entre a EDP com empresas norte-americanas.
Miguel Stilwell assegurou também que, quando o Governo norte-americano colocou a maior acionista da EDP, China Three Gorges, numa lista negra, em 2020, isso não interferiu com o trabalho e projetos da empresa na América.
"A gestão trabalha para todos os acionistas", declarou o responsável, lembrando que enquanto a China Three Gorges (CTG) tem 19% do capital, os restantes 81% da EDP pertencem a outros acionistas.
"Nós estamos a investir nos Estados Unidos há 15 anos e acho que temos demonstrado que somos capazes de crescer com sucesso, independentemente da estrutura acionista", disse o responsável, defendendo os "sistemas de boa governança".
Só na América do Norte, a EDP Renováveis já desenvolveu 58 parques eólicos e oito parques de energia solar e conta com mais de 800 funcionários.
Até 2025, a empresa pretende construir, nos Estados Unidos, infraestruturas com capacidade de 2 gigawatts por ano, sendo que já no próximo ano estão previstos mais de 1,5 GW.