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Mexia acha “estranho” Seguro Sanches só querer ser ouvido depois dele
O presidente executivo da EDP admitiu o contributo da elétrica no esboço do decreto-lei que viria a dar origem ao regime CMEC. E disse estar disponível para voltar ao Parlamento.
O antigo secretário de Estado da Energia, Seguro Sanches, pediu para ser ouvido na comissão de inquérito às rendas de energia depois de António Mexia, ao contrário do que estava inicialmente previsto. A informação foi divulgada esta terça-feira, 26 de fevereiro, no Parlamento durante a audição do presidente executivo da elétrica, na primeira ronda de perguntas, após a intervenção inicial do gestor que durou uma hora e 17 minutos.
Questionado pelo deputado do PSD Jorge Paulo Oliveira de como encarava este pedido, o gestor respondeu: "É estranho. Não faço a mínima [ideia]. Não sei o que está na cabeça dos outros. Mas a verdade dos factos não dependerá da ordem da audição", atirou.
"Tenho a certeza que essa alteração da ordem não pode ter impacto sobre a verdade dos factos", sublinhou, mostrando ainda total disponibilidade para voltar ao Parlamento caso os deputados achem necessário. "Se alguém considerar que é útil voltar, estou disponível. Acho que nós estamos a ser bastante transparentes. Estou disponível para voltar as vezes que forem precisas", assegurou.
Quanto ao envolvimento da EDP na criação do esboço do decreto-lei que veio a criar o regime dos CMEC - Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual, em 2007, António Mexia admitiu o contributo da empresa. "Pediram-nos ajuda e nós demos, tal como em momentos anteriores".
Já antes, também ouvido na comissão de inquérito parlamentar, Manso Neto tinha classificado a interação da EDP com o Governo no campo legislativo de "natural".