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Matos Fernandes: Comunidades de autoconsumo solar são da maior importância para setor energético
O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, defendeu esta terça-feira em Miranda do Douro que o projeto electrosolar que poderá envolver mais de uma centena de aldeias é da maior importância para o setor energético em Portugal.
24 de Agosto de 2021 às 21:06
"Este é um projeto da maior importância para a criação e reestruturação das comunidades energéticas de autoconsumo. Nós criámos a lei para que um ponto de produção a partir de uma fonte de energia solar possa estar associado a vários pontos de consumo" explicou o governante.
João Pedro Matos Fernandes falava à margem da apresentação do primeiro projeto deste género em Portugal, que resulta de uma parceria entre a Santa Casa da Misericórdia de Miranda do Douro (SCMD), no distrito de Bragança, e a Cleanwatts ao abrigo do novo regime jurídico criado pelo Decreto Lei n.º 162/2019, que transpõe parcialmente a Diretiva Comunitária 2018/2001 (RED II).
Paralelamente, a empresa já está a expandir a utilização do seu sistema operativo noutros mercados, nomeadamente Europa e Estados Unidos da América.
"Esta empresa está a dinamizar, para além de projetos como este, a garantia de que em 100 aldeias nacionais se possam criar estas comunidades energéticas que têm uma tripla vantagem: Quem estiver dentro desta comunidade vai pagar menos eletricidade. Por outro lado, não haverá combustíveis fósseis e vai haver menos emissões de CO2 e por último, são invenções espalhadas pelo país fora que vão gerar postos de trabalho", concretizou o ministro do Ambiente e Transição Enérgica.
O provedor da SCMD, Manuel Rodrigo, disse que foi feita uma parceria com a Cleanwatts para a instalação de painéis solares nos edifícios da instituição para a produção de energia elétrica, pretendendo-se que a energia produzida seja para autoconsumo da intuição ou para outros parceiros.
"O que pretendemos com esta parceria é que a energia que é desperdiçada após ao autoconsumo seja aproveitada por outras instituições como a Câmara Municipal, Bombeiros ou eventualmente colaboradores da Misericórdia e que possam usufruir de uma redução de preço da energia elétrica para consumo doméstico ", explicou o provedor.
Tendo por base a evolução tecnológica do setor, as comunidades de energia estão a crescer exponencialmente em todo o mundo, para responder ao desafio de energia limpa e atender às metas de Neutralidade Carbónica, garantindo preços de energia acessíveis e combatendo a pobreza energética.
"Na Europa, espera-se que cerca de 37% das residências participem em comunidades de energia até 2050", explicaram os responsáveis pela Cleanwatts.
O sistema operativo da Cleanwatts foi desenvolvido de forma modular, de modo a poder adaptar-se a diferentes enquadramentos legais e necessidades específicas dos participantes das respetivas comunidades de energia, nomeadamente instalações comerciais e industriais, residências unifamiliares, blocos de apartamentos, edifícios municipais, universidades, escolas e hospitais.
Segundo o presidente da Cleanwatts, Basílio Simões, o objetivo deste sistema é instalar este sistema numa centena de aldeia, principalmente do interior do país, fornecendo energia mais barata às pessoas.
"O objetivo é o combate à pobreza energética, um problema que afeta muitos milhões de famílias que no fundo não têm condições, de modo a terem a casa mais arrefecida no verão ou aquecida no inverno", vincou o responsável.
Outro dos grandes objetivos é produzir energia localmente, que é a forma mais barata, e ensinar às famílias a melhor forma de utilizar este tipo de energia elétrica.
A Cleanwatts foi fundada em 2020 através da incorporação da Virtual Power Solutions (VPS) e de várias 'startups' internacionais atuando na área da gestão digital de energia. A missão da empresa é simplificar, ampliar e acelerar a descarbonização de energia para clientes em todo o mundo.