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Manuel Pinho: “Empobreci muito na política"

Num site criado para se defender da "campanha difamatória” de que diz ter sido alvo no processo EDP, o ex-ministro da Economia diz estar arrependido de ter entrado para a política. Até por ter perdido muito dinheiro.

Pedro Catarino
02 de Agosto de 2021 às 11:51
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O ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, diz estar arrependido de ter aceitado o cargo para o qual foi convidado por José Sócrates 

"Vivo confinado em resultado de estar a ser investigado há nove anos sobre supostos favorecimentos à EDP em 2007, quando fui ministro (2005- 2009) e da campanha difamatória de que fui (e sou) alvo", refere.

"O processo envolve situações que não teriam lugar durante o Estado Novo", escreve o arguido do caso EDP, na página que criou para se defender das acusações e também promover um livro que vai lançar, com o título "Confinado".

"Ter aceitado exercer um cargo político foi um erro enorme, porque além dos custos que eu e a minha família tivemos de suportar em termos financeiros (empobreci muito na política, ao contrário de enriquecer) e da exposição pública, posteriormente a minha vida nunca mais foi a mesma, tendo levado a um confinamento que já leva nove anos", afirma.

Manuel Pinho, que foi interrogado durante mais de seis horas na semana passada, altura em que revelou que iria criar esta página, reclama ainda que "não favoreceu a EDP nem em 1.200 milhões de euros, nem em nada".

O ex-ministro alega que este montante se divide em 50 milhões que "estão incluídos nos 754 milhões recebidos pelo Estado, portanto não existem"; em 339,5 milhões referentes aos CMEC que, de acordo com uma "estimativa da ERSE" dizem respeito "a medidas que foram aprovadas antes de eu tomar posse em 2005"; e 852 milhões que o Estado teria de receber por ter dado à EDP o uso das barragens durante mais 25 anos, em média, uma estimativa "feita por um parte interessada no negócio" e que "tem erros que a Comissão Europeia identificou com clareza".

O ex-ministro da Economia e professor universitário sublinha ainda que nesta página vai ser possível encontrar as declarações feitas aos procuradores do Ministério Público, o que aconteceu "1.484 dias depois de ter sido chamado pela primeira vez". "Durante esse tempo (mais de 4 anos) não me pude defender", lamenta.

Manuel Pinho frisa mesmo que a divulgação de todos estes elementos é permitida por o processo não se encontrar em segredo de justiça, acrescentando até que "os procuradores foram previamente informados".

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