Notícia
Macron mantém oposição francesa a gasoduto desde Península Ibérica
O chefe de Estado francês disse que já há "muitas interconexões", que permitem à França "exportar gás, por exemplo para a Alemanha e até para a Espanha" - dois países, além de Portugal, que têm insistido na importância do gasoduto.
06 de Outubro de 2022 às 18:21
O Presidente francês, Emmanuel Macron, voltou a manifestar esta quinta-feira, em Praga, a sua oposição a um gasoduto que ligue a Península Ibérica ao resto da Europa, argumentando que a Europa deve sim investir nas interconexões elétricas.
Questionado sobre o assunto à chegada a Praga, palco de uma cimeira informal de líderes da União Europeia (UE) na sexta-feira, Macron começou por referir que já falou "muitas vezes" sobre esta questão, apontou que as atuais ligações são subutilizadas, sendo que até é a França que exporta gás para Espanha, e voltou a opor-se a um projeto que levaria "cinco a oito anos" a concretizar, mantendo a Europa muito dependente das importações de gás de países terceiros.
O chefe de Estado francês disse que já há "muitas interconexões", que permitem, de resto, à França "exportar gás por exemplo para a Alemanha e até para a Espanha" - dois países, além de Portugal, que têm insistido na importância do gasoduto -, e alegou que a atual ligação é subutilizada, considerando que tal demonstra que o projeto de interconexão designado «MidCat» não é a solução de que a Europa precisa.
"Apoio os projetos de interconexões, mas a Europa precisa de quê nos próximos anos? De produzir mais eletricidade no seu solo e ter uma estratégia renovável e nuclear. E utilizamos a plena capacidade das ligações existentes? Não, estamos a 50% ou 60%", declarou.
Além disso, prosseguiu Macron, o projeto do gasoduto a ligar a Península Ibérica ao resto da Europa através dos Pirenéus "levará cinco a oito anos" a concretizar.
"E temos vontade de sermos duravelmente grandes importadores de gás? Não, a nossa estratégia passa sobretudo pelo hidrogénio. Se se trata de hidrogénio, devemos dizê-lo já. A questão que nos devemos colocar é se vamos fazer circular o hidrogénio por toda a Europa ou, melhor, a eletricidade para fazer eletrólise [para gerar hidrogénio verde]. É uma verdadeira discussão estratégica que devemos ter. Creio que a nossa prioridade é antes uma interconexão elétrica na Europa, e por isso sou mais favorável a esse projeto", concluiu.
Há muito que Portugal e Espanha têm pressionado França a honrar os seus compromissos, assumidos designadamente numa cimeira de interligações celebrada em Lisboa em 2018 - já com Macron -, e, anteriormente, numa cimeira em Madrid, em 2015.
Em 22 de setembro passado, em entrevista à Lusa em Bruxelas, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus afirmara que o Governo português ainda acreditava que seria "possível convencer a França" a permitir interligações desde a Península Ibérica para o fornecimento de gás, e mais tarde hidrogénio, à Europa, mas admitiu como alternativa uma ligação através de Itália.
Contudo, Tiago Antunes admitiu que "há neste momento um outro cenário que está a ser estudado, que é a hipótese de uma ligação direta entre Espanha e a Itália, por via marítima".
"Portanto, se não for possível avançar com o MidCat, estamos naturalmente a considerar esse outro cenário e pensamos que poderá ser uma alternativa", assumiu.
Questionado sobre o assunto à chegada a Praga, palco de uma cimeira informal de líderes da União Europeia (UE) na sexta-feira, Macron começou por referir que já falou "muitas vezes" sobre esta questão, apontou que as atuais ligações são subutilizadas, sendo que até é a França que exporta gás para Espanha, e voltou a opor-se a um projeto que levaria "cinco a oito anos" a concretizar, mantendo a Europa muito dependente das importações de gás de países terceiros.
"Apoio os projetos de interconexões, mas a Europa precisa de quê nos próximos anos? De produzir mais eletricidade no seu solo e ter uma estratégia renovável e nuclear. E utilizamos a plena capacidade das ligações existentes? Não, estamos a 50% ou 60%", declarou.
Além disso, prosseguiu Macron, o projeto do gasoduto a ligar a Península Ibérica ao resto da Europa através dos Pirenéus "levará cinco a oito anos" a concretizar.
"E temos vontade de sermos duravelmente grandes importadores de gás? Não, a nossa estratégia passa sobretudo pelo hidrogénio. Se se trata de hidrogénio, devemos dizê-lo já. A questão que nos devemos colocar é se vamos fazer circular o hidrogénio por toda a Europa ou, melhor, a eletricidade para fazer eletrólise [para gerar hidrogénio verde]. É uma verdadeira discussão estratégica que devemos ter. Creio que a nossa prioridade é antes uma interconexão elétrica na Europa, e por isso sou mais favorável a esse projeto", concluiu.
Há muito que Portugal e Espanha têm pressionado França a honrar os seus compromissos, assumidos designadamente numa cimeira de interligações celebrada em Lisboa em 2018 - já com Macron -, e, anteriormente, numa cimeira em Madrid, em 2015.
Em 22 de setembro passado, em entrevista à Lusa em Bruxelas, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus afirmara que o Governo português ainda acreditava que seria "possível convencer a França" a permitir interligações desde a Península Ibérica para o fornecimento de gás, e mais tarde hidrogénio, à Europa, mas admitiu como alternativa uma ligação através de Itália.
Contudo, Tiago Antunes admitiu que "há neste momento um outro cenário que está a ser estudado, que é a hipótese de uma ligação direta entre Espanha e a Itália, por via marítima".
"Portanto, se não for possível avançar com o MidCat, estamos naturalmente a considerar esse outro cenário e pensamos que poderá ser uma alternativa", assumiu.