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Lucros da Greenvolt caem 74% no primeiro trimestre de 2023 para 300 mil euros

Nos primeiros três meses do ano, as receitas da empresa cresceram 20% para 67,7 milhões euros, tendo as receitas do segmento de energias renováveis de larga escala (utility scale) e da geração distribuída mais do que duplicado.

Pedro Catarino
21 de Junho de 2023 às 17:26
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A empresa de energias renováveis Greenvolt anunciou esta quarta-feira um resultado líquido de 300 mil euros no primeiro trimestre de 2023, o que representa uma queda de 74% face ao mesmo período de 2022, quando registou lucros de 1,1 milhões de euros, de acordo com o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Os resultados financeiros da Greenvolt entre janeiro e março de 2023 contrastam com o período homólogo, quando a empresa liderada por João Manso Neto cresceu 43%.

Quanto ao EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), excluindo custos associados a transações, a Greenvolt dá conta de que no primeiro trimestre do ano ascendeu a cerca de 22 milhões de euros (em linha com 2022), "impactado pelo segmento da biomassa, em resultado da diminuição do preço de venda da eletricidade no Reino Unido". 

Já as receitas dos primeiros três meses do ano cresceram 20% para 67,7 milhões euros. De acordo com a Greenvolt, as receitas do segmento de energias renováveis de larga escala (utility scale) e da geração distribuída mais do que duplicaram. No trimestre homólogo, as receitas da empresa tinham crescido 56,6 milhões de euros (+167%), com o segmento da biomassa residual a dar o maior contributo "dada a maturidade deste negócio".

"Os resultados do primeiro trimestre de 2023 traduzem a redução do EBITDA da biomassa devido, sobretudo, aos menores preços grossistas [mercado spot] no Reino Unido, já previstos, bem como o facto de não ter sido concluída nenhuma operação de venda de ativos, prevista para os próximos trimestres do ano", justificou o CEO, João Manso Neto, em comunicado, sublinhando que neste período a empresa avançou com a construção de 460 MW em seis países (após a entrada na Grécia e em Itália) e com os processos de preparação das próximas operações de rotação de ativos de, no mínimo, 200 MW.

Atualmente a empresa tem "processos de venda em curso, esperando que o primeiro se encontre fechado no terceiro trimestre de 2023". 

A impactar os resultados esteve também o imposto temporário de 45% no Reino Unido, sobre empresas produtoras de eletricidade, que incide sobre receitas extraordinárias e no primeiro trimestre totalizou cerca de 600 mil euros. Ainda no mercado britânico, a central a biomassa de Tilbury realizou neste trimestre uma paragem programada de aproximadamente um mês, entre maio e junho, "o que terá impacto nas contas do segundo trimestre de 2023", anunciou a empresa.

"No segmento de geração distribuída entrámos em mais três países nos últimos meses, com instalações neste trimestre equivalentes a 40% de todo o ano de 2022. Ao mesmo tempo, contratámos novos financiamentos no total de 315 milhões de euros, incluindo 200 milhões de euros em obrigações convertíveis totalmente subscritas pela KKR no âmbito da parceria estratégica", disse ainda Manso Neto. 

A Greenvolt dá conta de um pipeline de projetos de larga escala na ordem dos 6,9 GW, com 2,9 GW prontos a construir, em construção ou operação até ao final do ano. No primeiro trimestre do ano a empresa anunciou uma parceria com a Bluefloat Energy, promotora de referência mundial na geração eólica offshore, que marcou a entrada do grupo Greenvolt no desenvolvimento da energia eólica flutuante em Portugal.

A dívida financeira líquida atingiu 421,9 milhões de euros nos primeiros três meses do ano.
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