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Saída da EDP é a "mais difícil decisão da minha vida profissional". Leia a carta de Mexia
António Mexia confessa que a decisão de não estar disponível para novo mandato foi a mais difícil que já teve de tomar. E lamenta “resultar de um contexto de incompreensível injustiça".
"Há decisões difíceis na vida e esta é uma delas". É assim que António Mexia começa a longa missiva enviada esta segunda-feira ao presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, Luís Amado, na qual comunica que não está disponível para um novo mandato na Elética.
" A minha liderança na EDP tem sido uma viagem extraordinária ao longo dos últimos quinze anos, justificando o enorme afecto que tenho pela companhia e pelas suas pessoas", continua o gestor na carta de quatro páginas a que o Negócios teve acesso. E apesar de poder "parecer longa", António Mexia sublinha que "será sempre curta perante tudo aquilo que teria para dizer e partilhar.
O gestor, que mais tempo esteve à frente da EDP aproveita para elencar alguns dos feitos alcançados durante os 15 anos que esteve à frente da empresa, mas também aproveita para sublinhar que "é com profunda indignação e espanto que nestes últimos mais de três anos continuo a assistir ao desenrolar de um processo baseado em insinuações e suspeitas, alicerçado numa construção fantasiosa e puramente especulativa, sem qualquer aderência à verdade dos factos".
E apesar desta situação, garante que sai de consciência tranquila: "A consciência do que fizemos e a realidade dos factos justificam que nos sintamos absolutamente tranquilos no que se refere à resolução deste processo", assegura o gestor constituído arguido no Caso EDP e suspenso de funções desde julho deste ano.
Quanto ao futuro, destaca que só poderá estar "associado a desafios profissionais em novas áreas que tragam aquilo que temos sabido fazer: contributos importantes para um mundo mais sustentável do ponto de vista ambiental, económico, social e cultural. De uma coisa estou certo: nunca serão conflituantes com os interesses e projetos da EDP".
E aproveita para tecer elogios à atual quipá da EDP liderada por Miguel Stilwell de Andrade, destacando todo "o apoio e clareza dos órgãos de gestão e fiscalização da EDP, que, após análise profunda de todos os temas, confirmaram a inexistência de qualquer benefício ilegitimo para a companhia ou de qualquer conduta por parte desta ou dos seus representantes não conforme a lei".
"Foi uma verdadeira honra estar por cinco mandatos, ou seja, quinze anos, à frente dos desafios desta excepcional empresa, cujo carácter, propósito e impacto nos orgulha", reitera.
E conclui como começou: "Há decisões difíceis na vida e esta é, seguramente, a mais difícil da minha vida profissional, acima de tudo por resultar de um contexto de incompreensível injustiça".