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Investimento da REN pode disparar para mais de 500 milhões de euros até 2030

Tendo em conta potenciais novas oportunidades de investimento até ao final da década, a REN antecipa um valor de investimento que pode ultrapassar os 500 milhões euros. Em Sines a empresa vai construir um novo gasoduto para hidrogénio que custará 52 milhões.

No Terminal de Sines, a REN vai construir mais um depósito de GNL.
Luís Guerreiro
07 de Março de 2023 às 20:11
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Na sua apresentação de resultados relativamente ao ano de 2022, a REN - Redes Energéticas Nacionais deu conta de estar já a desenvolver um projeto para a construção de um gasoduto 100% dedicado ao transporte de hidrogénio verde na zona industrial de Sines, no âmbito da Agenda Inovadora do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) do consórcio "H2 Green Valley". 

De acordo com a Aicep Global Parques trata-se de um gasoduto em forma de "anel" para transportar 100% de hidrogénio que vai custar 52 milhões de euros.

Este novo pipeline que irá nascer no complexo portuário, logístico e industrial de Sines vai servir para transportar a produção de hidrogénio verde a partir de 2 GW de eletrolisadores, desde as empresas produtoras que integram o consórcio - Fusion Fuel e Keme - até aos seus clientes: o mega data-center, conhecido Sines 4.0, a Madoquoa Power-to-X, a Cimpor e a Galp.

No documento submetido esta terça-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a REN reconhece ainda que "dadas as exigências regulatórias e de mercado atuais" está neste momento "a reavaliar o investimento [anunciado no seu Plano de Negócios 2021-2024] de 40 milhões de euros até 2026 para preparar a sua infraestrutura de gás para a mistura de hidrogénio".  

Já em curso estão vários estudos para certificação da infraestrutura de gás existente para transportar misturas de hidrogénio com gás natural.

Até 2030, e tendo em conta as potenciais novas oportunidades de investimento no horizonte, a REN antecipa um valor de investimento que pode ultrapassar os 500 milhões euros, muito à boleia do hidrogénio verde, mas não só. 

Além deste novo gasoduto, financiado no âmbito do PRR, a REN prevê também investir em novas instalações de armazenamento subterrâneo no Carriço, com a construção de duas novas cavernas adicionais, já preparadas para hidrogénio, de modo a reforçar a segurança energética do país. 

Soma-se ainda a instalação das infraestruturas de transhipment necessárias para dar resposta aos crescentes níveis de atividade do Terminal de Gás Natural Liquefeito da REN e os projetos submetidos a concurso da União Europeia, visando o desenvolvimento do gasoduto de hidrogénio H2MED que ligará Portugal a Espanha e outras infraestruturas complementares que viabilizem o corredor de hidrogénio entre Portugal, Espanha, França e Alemanha. 

Em declarações à Bloomberg, o CFO da REN Gonçalo Morais Soares avançou que alguns destes novos projetos poderão ser executados no prazp de um ou dois anos, enquanto outos, como a construção de duas novas cavernas de armazenamento de gás "é um processo que levará cerca de três a quatro anos". Neste momento a REN está já a planear a construção das novas instalações de armazenamento de gás, acrescentou o responsável.

Em 2021 a REN anunciou um plano estratégico para investir 900 milhões euros até 2024 maioritariamente na rede elétrica nacional, com vista à ligação dos novos projetos de energia solar e eólica que estão a nascer em Portugal. "São necessários mais pontos de acesso à rede elétrica para novos projetos renováveis. Esse processo está em aceleração constante", disse Morais Soares à Bloomberg. 

Na sua apresentação de resultados, a REN fez saber também que durante 2023 e 2024 irá preparar o segundo lote de Acordos Diretos Solares, com execução de investimento a começar após 2025. Em 2021, a empresa estabeleceu 14 acordos diretos com promotores de energia solar para conectar 3,5 GW de nova capacidade até 2026. 

No âmbito dos leilões de energia eólica offshore, nos quais o Governo quer colocar uma potência de 10 GW até 2030, a REN está também neste momento a realizar uma avaliação preliminar das necessidades da infraestruturas de transporte, tanto onshore como offshore.

Notícia atualizada com declarações do CFO da REN à Bloomberg
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