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Setor energético vai mobilizar investimento acima de 60 mil milhões até 2030, diz Governo

A maior fatia deste valos, de 40 mil milhões, irá para os projetos eólicos offshore. A secretária de Estado da Energia garantiu que os 10 GW serão leiloados de forma faseada ao longo dos anos e revelou que o Governo "não fecha a porta a outro modelo concursal além dos leilões".

António Pedro Santos / Lusa
08 de Março de 2023 às 11:13
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O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, anunciou esta quarta-feira no Parlamento que até 2030 o aumento da capacidade instalada de energias renováveis em Portugal, a cadeia de valor do hidrogénio verde e a rede nacional de transporte de eletricidade vão mobilizar investimentos totais no valor de cerca de 60 mil milhões, o que corresponde a "cerca de 25% do PIB nacional em 2022". 

O governante sublinhou que se trata "sobretudo de investimento privado, mobilizado por empresas nacionais e estrangeiras", sublinhando que estas "estimativas pecam por defeito" e que este valor pode até ser revisto em alta e concretizado antes do final da década, tendo em conta o grande interesse já manifestado.  

"O sucesso dos três leilões para a instalação de parques solares demonstra o interesse do setor privado da economia, e os muitos anúncios e propostas realizados nos últimos meses, quer na área dos gases renováveis, quer na da energia renovável, levam-nos a crer que as estimativas pecam por defeito, quer quanto ao volume, quer quanto aos prazos. Ou seja: o interesse demonstrado leva-nos a crer que o investimento será ainda superior ao que estimamos e atingido em menos tempo", afirmou Duarte Cordeiro no Parlamento, sublinhando que o "potencial transformacional destes investimentos é enorme".

Apresentado estimativas do seu próprio ministério, detalhou que "até 2030 o setor energético português mobilizará investimento de pelo menos 60 mil milhões de euros". Uma avaliação que considera "conservadora". Deste valor, entre 4 e 4,5 mil milhões de euros serão dedicados a aumentar a capacidade eólica em 3,4 GW, a que se somam mais 4,3 a 4,7 mil milhões de euros para aumentar em 6,4 GW a capacidade de energia produzida a partir do sol.

10 GW de eólicas offshore não serão leiloados de uma só vez

Já quanto ao leilão de 10 GW de energia eólica offshore, o ministro calcula investimentos entre os 30 e os 40 mil milhões de euros, em linha com o valor já avançado pelo Jornal de Negócios. Quanto à data mais provável para a realização deste leilão, o primeiro-ministro António Costa tinha já apontado para o último trimestre de 2023. No entanto, em resposta aos deputados, Duarte Cordeiro não se comprometeu para já com datas, dizendo apenas que "vamos procurar fazer um leilão ainda este ano". 

Sobre este assunto, a secretária de Estado da Energia, Ana Fontoura Gouveia, detalhou que o leilão de energia eólica offshore será lançado de forma faseada, sendo que o modelo de leilão ainda não está fechado, sendo neste momento objeto de análise por parte do Grupo de Trabalho mandatado pelo Governo, que deverá aporesentar as suas conclusões até maio. 

"Nunca esteve em cima da mesa lançar os 10 GW de eólico offshore de uma só vez, nem isso seria possível em termos da tecnologia disponível", disse a secretária de Estado, acrescentando que o fator preço não será o único fator em cima da mesa na atribuição de capacidade aos projetos que vão a leilão. Além disso, revelou ainda, o Governo "não fecha a porta a outro modelo concursal além dos leilões" na eólica offshore. 

No hidrogénio, disse o ministro, estão previstos investimentos em projetos de produção entre os 7.000 e os 9.000 milhões de euros, além dos apoios ao investimento e à produção de 900 milhões até 2030. "A estes valores junta-se ainda o investimento no corredor verde de gasodutos (204 milhões de euros), que atravessará a Península Ibérica, até Marselha", frisou.

No plano dos projetos de eficiência energética, em edifícios residenciais e outros, os apoios do POSEUR e pelo PRR vão mobilizar 150 milhões e 610 milhões, respetivamnete, num total de 760 milhões. 

Por último, o ministro falou ainda dos investimentos na Rede Nacional de Transporte, "tendo sido aprovados montantes de 430 milhões de euros, até 2026".

Notícia corrigida às 11:35
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