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Instalações de armazenamento de gás da Sigás e Pergás abertas à concorrência
A declaração de interesse público destas instalações de armazenamento foi publicada em Diário da República. Concorrentes vão ter acesso às instalações, mediante condições acordadas.
"Declaro o interesse público instalações de armazenamento e transporte por conduta detidas pelos seguintes Agrupamentos Complementares de Empresas: Sigás - Armazenagem de Gás; e Pergás - Armazenamento de Gás", lê-se no diploma assinado pelo secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, com efeitos "à data da publicação", ou seja, esta terça-feira, 20 de Junho.
Tanto a Sigás como a Pergás são detidas, maioritariamente, pela Galp. A Sigás, em Sines, é detida em 60% pela Galp, detendo a Rubis 35% e a Repsol 5%. A Pergás, que tem o armazenamento na Perafita, Matosinhos, é detida em 51% pela Galp, sendo o restante capital detido pela Rubis (30,75%) e Repsol (18,25%).
Até a declaração de interesse público foi consultado o mercado, tendo recebido a concordância da Autoridade da Concorrência e o parecer favorável do Conselho Nacional para os Combustíveis. Já as entidades que fazem a armazenagem, no âmbito da audiência prévia, "não ofereceram factos ou fundamentos de direito que justifiquem uma alteração à proposta apresentada pela ENMC - Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis", lê-se no diploma que determina as infra-estruturas de interesse público.
Com a declaração de interesse público destas instalações, a Sigás e Pergás, tal como já acontecia com a CLC, têm de dar acesso às suas infra-estruturas "através de uma solução negociada, em condições técnicas e económicas não discriminatórias, transparentes e objectivas, aplicando preços que devem tornar públicos", de acordo com a lei bases do sistema petrolífero nacional.
As empresas têm de comunicar à ENMC, reguladora deste mercado, os pedidos de acesso, os contratos estabelecidos e os preços e termos de utilização das instalações. Anualmente têm de apresentar ao regulador a metodologia tarifária a aplicar. E publicar a capacidade disponível nas suas instalações para utilizações de curto, médio e os congestionamentos que possam ter.
Esta declaração de interesse público é uma das medidas que está a ser implementada com o objectivo de reforçar a concorrência no mercado do gás de botija, que a Autoridade da Concorrência detectou como tendo limitações à concorrência, com barreiras à entrada de novos concorrentes. O que tem impacto ao nível do consumidor final. Segundo a Deco, em média uma garrafa de gás butano custa 23 euros, enquanto o equivalente em gás natural ronda 12 euros, metade do valor.