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Estado vai encaixar mais 752,5 milhões com o ISP em 2025. Só da taxa de carbono são 525 milhões

O responsável da pasta das Finanças não esclareceu se o Governo vai manter os descontos que ainda estão em vigor em relação ao ISP, e que permitem baixar os preços em bomba.

Fim da isenção em ISP para os biocombustíveis avançados deverá ter efeitos no preço final suportado pelos utilizadores.
Cátia Barbosa
10 de Outubro de 2024 às 16:56
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O Governo de Luís Montenegro decidiu pôr fim à isenção do pagamento do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) que incide sobre os biocombustíveis avançados, acabar com o mecanismo de gasóleo profissional extraordinário e ainda descongelar a atualização da taxa de carbono, medidas que em 2025 vão render aos cofres do Estado uma receita fiscal extra de 650 milhões de euros. 

Deste valor, a maior fatia virá pela atualização da taxa de carbono (525 milhões de euros), somando-se ainda 100 milhões do fim da isenção em ISP atribuída aos biocombustíveis e 25 milhões do gasóleo profissional, pode ler-se no relatório do Orçamento do Estado para o próximo ano que foi entregue esta tarde no Parlamento.

Questionado pelos jornalistas, na conferência de imprensa para apresentar a proposta de OE 2025, o ministro das Finanças, Miranda Sarmento, explicou que "a subida da receita do ISP explica-se por duas razões: um aumento significativo do consumo de combustíveis no país ao longo do ano e a atualização da taxa de carbono". O governante referiu que até agosto de 2024 a receita fiscal em termos de ISP estava a crescer 15% este ano. 

No entanto, o responsável da pasta das Finanças não esclareceu se o Governo vai manter os descontos que ainda estão em vigor em relação ao ISP, e que permitem baixar os preços em bomba.

O ministro referiu ainda que o Governo optou por não aumentar nenhuma das taxas dos Impostos Especiais de Consumo, "nem mesmo ao nível da inflação, o que é normal acontecer".  

A proposta de OE 2025 prevê que em 2025 a receita do ISP aumente em 752,5 milhões de euros, o que corresponde a uma subida de 21,9%. "Este crescimento decorre do crescimento esperado no consumo privado em conjunto com as medidas implementadas pelo Governo, nomeadamente, o fim da isenção de ISP sobre os biocombustíveis avançados e o descongelamento progressivo da taxa de carbono", justifica o documento.

No que diz respeito à despesa fiscal do Estado relativa ao ISP, a proposta de orçamento prevê um aumento de 2,9%, para um valor de 308,6 milhões de euros em 2025, à boleia das isenções que ainda se mantêm no próximo ano, relacionadas com reembolsos parciais para o gasóleo profissional suportado pelas empresas de transporte de mercadorias, com biocombustíveis e gases de origem renovável, e com as taxas preferenciais relacionadas com gasóleo colorido e marcado com aditivos consumido por maquinaria agrícola.

No total, estas despesas deverão situar-se em 260,9 milhões de euros, representando cerca de 84,6% da despesa fiscal em sede de ISP em 2025.

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