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Governantes reafirmam compromisso de interligações energéticas e Bruxelas alerta para atrasos
Portugal, Espanha e França reafirmaram esta sexta-feira em Lisboa o compromisso de alcançar 10% de interligações energéticas em 2020 e 15% em 2030, mas a Comissão Europeia alertou que o primeiro objectivo só será atingido cinco anos depois.
Na Declaração de Lisboa, assinada hoje, os três países e Bruxelas "renovam o seu empenho no cumprimento das conclusões do Conselho Europeu de Outubro de 2014, nomeadamente as metas para 2020-2030 relativas às interligações".
O documento foi assinado hoje, durante a segunda cimeira para as interligações energéticas, em Lisboa, com a presença do primeiro-ministro português, António Costa, do Presidente francês, Emmanuel Macron, do chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, e do comissário europeu para a Acção Climática e a Energia, Miguel Arias Cañete.
"Foram agora estabelecidas novas metas ambiciosas: até 2020, atingir um nível de 10% de interligações entre a Península Ibérica e a Europa, mas de 15% em 2030", disse António Costa, na sua intervenção inicial, no final da cimeira.
No mesmo sentido, Sánchez declarou: "Os objectivos quanto à interligação estão bem claros. O primeiro-ministro [português] já o disse, 10% em 2020 e 15% em 2030. Nesta cimeira demos passos importantes".
O chefe do Governo espanhol apontou a assinatura, realizada hoje, para o financiamento da linha eléctrica que atravessará o golfo da Biscaia, um projecto que deverá estar concluído em 2025, e que classificou como "fundamental para aumentar a interligação eléctrica entre a Península Ibérica, França e continente europeu".
A Comissão Europeia apoiará este projecto, com uma extensão de 280 quilómetros, em 578 milhões de euros, "o maior investimento de sempre num projecto de infra-estrutura energética no âmbito do Mecanismo Interligar a Europa", segundo Bruxelas.
Já o comissário europeu Miguel Cañete afirmou que o nível de interligação "não chegará em 2020 aos 10%". "O nível de interligação entre Espanha e França é de 6%. Teria de ser 10% em 2020. Como disse o presidente [do Governo] de Espanha, em 2025, chegará, quando estiver executado o projecto do golfo de Biscaia", disse.
Pelo Banco Europeu do Investimento (BEI), a vice-presidente Emma Navarro recordou que a instituição é "o maior financiador global" na luta para proteger o ambiente, a que dedica 25% do total da sua actividade, tendo investido no ano passado 21 mil milhões de euros.