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Gigante elétrica dos EUA declara insolvência
A PG&E pediu proteção contra credores ao abrigo do capítulo 11, nos Estados Unidos, depois de os incêndios na Califórnia terem ditado uma situação financeira insustentável para a empresa.
A elétrica norte-americana PG&E pediu proteção contra credores esta terça-feira, 29 de janeiro, ao abrigo do capítulo 11 da lei de falências dos Estados Unidos, depois de ter acumulado dívidas insustentáveis na sequência dos incêndios na Califórnia em 2017 e 2018.
A maior empresa de energia dos Estados Unidos pediu agora a aprovação do tribunal para um financiamento de 5,5 mil milhões de dólares, de acordo com um documento que consta do processo, citado pela Reuters. A empresa lista ativos de 71,39 mil milhões de dólares e um passivo de 51,69 mil milhões de dólares.
"Ao longo deste processo, estamos totalmente comprometidos em melhorar os nossos esforços de segurança contra incêndios florestais, bem como ajudar nos esforços de restauração e reconstrução nas comunidades afetadas pelos devastadores incêndios florestais do norte da Califórnia", disse o CEO interino da PG&E, John Simon.
A empresa comunicou ainda que pretende pagar aos fornecedores de forma integral, e em condições normais, pelos bens e serviços fornecidos na data ou após a data da apresentação do Capítulo 11.
Paralelamente, a acionista da PG&E, a BlueMountain Capital Management LLC, disse estar "profundamente desapontada" pelo facto de os responsáveis da empresa terem ignorado os apelos de várias partes para abandonarem o seu "plano imprudente e irresponsável de pedir insolvência".
A empresa de investimento informou que vai propor uma reunião de diretores até ao dia 21 de fevereiro, e pediu a todas as partes interessadas da PG&E para apoiarem a mudança na elétrica.
O grande incêndio de Camp Fire deflagrou na manhã de 8 de novembro perto da comunidade de Paradise, destruiu toda a cidade e matou, pelo menos, 86 pessoas, sendo considerado o mais violento e destrutivo incêndio da história da Califórnia.
A seguradora Munich Re classificou o Camp Fire como a catástrofe natural mais cara do mundo em 2018 e no início deste mês estimou as perdas totais em 16,5 mil milhões de dólares.
A PG&E, que já pediu insolvência antes, em 2001, alertou em novembro que poderia enfrentar "perdas significativas" se se concluísse que foi o seu equipamento que provocou o grande incêndio e outros fogos que causaram uma grande destruição.
No início deste mês, uma agência estatal de incêndios disse que os equipamentos da PG&E não foram os responsáveis pelo incêndio na Califórnia, mas a empresa enfrenta dezenas de processos de proprietários de casas e empresas que arderam noutros incêndios em 2017.