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PG&E deixa 605.000 clientes às escuras nos EUA
A norte-americana Pacific Gas and Electric Co. (PG&E) vai começar a cortar a eletricidade esta terça-feira a cerca de 605.000 clientes, antecipando uma forte tempestade de vento.
A Pacific Gas and Electric Co. (PG&E), companhia privada de gás e eletricidade dos Estados Unidos, anunciou esta noite que vai cortar a energia a 605.000 clientes esta terça-feira, em antecipação de uma forte tempestade de vento.
A companhia norte-americana, que pediu proteção contra credores no início do ano, tem-se debatido com inúmeros problemas. Na sessão desta segunda-feira as suas ações afundaram em Wall Street, devido ao risco de fortes perdas decorrentes das indemnizações a pagar pelos incêndios na Califórnia – e numa altura em que há dois novos incidentes que parecem estar ligados a problemas com o equipamento da empresa.
Pouco depois, a empresa anunciava que esta terça-feira deixará sem eletricidade 605.000 clientes, num vasto "blackout" que poderá prolongar-se até quarta-feira e que afetará regiões de 29 condados do Estado da Califórnia.
A 9 de outubro a PG&E tinha também anunciado que planeava cortar a eletricidade a 800.000 casas e empresas na Califórnia com o objetivo de prevenir incêndios, numa altura em que também se previa que ventos fortes assolassem aquele Estado norte-americano.
Do ponto de vista da PG&E, que tem atravessado grandes dificuldades devido aos incêndios devastadores dos últimos dois anos e que consumiram muito do seu equipamento, desligar as linhas tem sido a única alternativa.
Com efeito, o corte foi a única solução encontrada para evitar que as linhas de alta tensão voltem a arder – o que faria aumentar o número de vítimas e os custos.
No final de janeiro deste ano, recorde-se, a PG&E pediu proteção contra credores, ao abrigo do capítulo 11 da lei de falências dos Estados Unidos, depois de ter acumulado dívidas insustentáveis na sequência dos incêndios na Califórnia em 2017 e 2018 que mataram mais de 100 pessoas.
Em julho, a empresa anunciou um plano para criar um fundo de 11 mil milhões de
dólares para cobrir o pagamento de indemnizações relativamente aos incêndios dos últimos dois anos e também para ajudar a constituir reservas para cobrir futuras indemnizações – medida que foi aplaudida pelos investidores.
No entanto, os dissabores da empresa sucedem-se a um ritmo veloz e a PG&E tem sido castigada em bolsa: no acumulado deste ano, perde 84%.