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Galp fecha 2024 com lucros de 961 milhões de euros
Os lucros da Galp caíram ligeiramente em 2024 face ao ano anterior. Em concreto, no quarto trimestre, a empresa conseguiu um resultado líquido de 71 milhões de euros, abaixo da estimativas dos analistas.
A Galp Energia encerrou o ano de 2024 com um resultado líquido de 961 milhões de euros. É uma ligeira quebra, de 4%, face aos lucros do ano anterior, que tinham sido de 1.002 milhões de euros. Os resultados da empresa foram esta manhã comunicados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A Galp encerrou o ano com um desempenho menos favorável. No quarto trimestre, a Galp apresentou lucros de 71 milhões de euros, substancialmente abaixo da estimativa dos analistas que apontavam para 194,7 milhões de euros. O resultado líquido dos últimos três meses de 2024 representa ainda uma quebra de 75% face ao período homólogo, quando os lucros tinham sido de 284 milhões.
Em 2024, o Ebitda da Galp foi de 3.297 milhões de euros, enquanto o fluxo de caixa atingiu 2.138 milhões de euros, "refletindo um sólido desempenho operacional nas diversas áreas de negócio, apesar de um ambiente macroeconómico mais fraco", indica o relatório enviado à CMVM.
O investimento líquido totalizou 832 milhões de euros, beneficiando das receitas obtidas com a venda da ativos em Angola. O investimento económico ascendeu a 1.291 milhões de euros, sendo maioritariamente direcionado para campanhas de exploração e avaliação na Namíbia, projetos no Brasil, bem como para outros projetos industriais de baixo carbono e para a expansão das energias renováveis.
"Fechamos 2024 com mais um trimestre forte, num ano de execução consistente, alcançando ou superando as orientações principais em todas as unidades de negócio", indicam, no comunicado ao regulador, Maria João Carioca e João Diogo Marques da Silva.
"Mesmo após recompensar competitivamente os nossos acionistas, reduzimos a dívida líquida em comparação com o final de 2023 e reforçámos ainda mais a nossa posição financeira. Estes resultados não só retratam 2024 como um ano de forte execução para a Galp, mas também estabelecem as bases para o crescimento futuro e criação de valor", apontam os dois CEO.
"Em 2025 e 2026, continuaremos a executar os nossos principais projetos de crescimento, que são a marca do portfólio da Galp, combinando uma abordagem disciplinada com um plano de baixa intensidade de capital", acrescentam ainda.
"A nossa governação atual está desenhada para garantir a continuidade estratégica e o foco na execução. Temos grandes pessoas e o apoio do conselho de administração e, juntos, estamos ansiosos para cumprir o caso único de investimento da Galp no próximo ano."
Produção cai devido à venda de participação em Moçambique
Em relação a dados operacionais, a produção da Galp no ano passado foi de 109 mil barris de petróleo por dia, representando uma queda anual de 11%. O valor reflete a venda de uma participação de 10% na Área 4 em Moçambique. Já a produção no Brasil caiu 5% devido à maturação dos campos em operação. O gás natural representou 12% da produção total.
O desconto médio do petróleo da Galp face ao Brent foi de 3,6 dólares por barril, enquanto os custos de produção foram de 2,3 dólares por barril de petróleo, totalizando 84 milhões de euros.
O Ebitda da produção da empresa atingiu 2.078 milhões de euros em 2024, uma quebra de 8%, resultado da menor produção no Brasil, daredução dos preços de venda de petróleo e gás e pela venda de ativos em Moçambique.
Galp atinge recorde de processamento de matérias-primas em 2024
No ano passado, a Galp processou 91 milhões de barris de petróleo, um valor recorde. O petróleo bruto representou 87% das matérias-primas processadas, sendo 68% compostos por crudes médios e pesados.
A margem de refinação da Galp foi de 7,4 dólares por barril. Os custos de refinação totalizaram 199 milhões de euros, ou 2,4 dólares por barril.
O fornecimento total de produtos petrolíferos aumentou 8% face ao ano anterior, atingindo 16 milhões de toneladas, impulsionado pelo aumento das matérias-primas processadas. Já os volumes de fornecimento e trading de gás natural e LNG mantiveram-se estáveis.
Vendas estáveis e crescimento na mobilidade elétrica impulsionam desempenho
Em 2024, as vendas totais de produtos petrolíferos mantiveram-se estáveis em 7,1 milhões de toneladas, com um desempenho constante em Portugal. O aumento dos volumes vendidos em Espanha foi parcialmente compensado por uma menor contribuição do segmento internacional, refletindo a venda dos ativos na Guiné-Bissau.
As vendas de gás natural cresceram 19% em relação ao ano anterior. Já as vendas de eletricidade registaram um crescimento de 68%, refletindo a expansão da base de clientes na Península Ibérica.
No setor da mobilidade elétrica, a Galp atingiu 1,3 milhões de sessões de carregamento através dos mais de 6.300 pontos de carregamento operacionais no final do ano, um aumento de 60% face a 2023.
Ligeiro crescimento do setor das renováveis
Em 2024, a produção de energia renovável atingiu 2.381 gigawatts por hora (GWh), um ligeiro aumento, de 2%, em comparação com o ano anterior. O crescimento da capacidade instalada em operação impulsionou a produção, mas este efeito foi parcialmente compensado por uma irradiação solar globalmente mais fraca ao longo do ano, indica a empresa. No final do período, a capacidade instalada da Galp era de 1,5 GW.
O preço médio de venda realizado foi de 43€/MWh, 47% inferior ao de 2023, refletindo a descida dos preços base da eletricidade na Península Ibérica, devido à elevada penetração da geração hídrica ao longo do ano. Em 2023, os preços beneficiaram de coberturas de curto prazo, o que não se repetiu em 2024.
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