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Recibos verdes que dependem de um só cliente sobem para 15%
Peso da dependência económica subiu no ano passado para 15% do total. São mais 2,3 pontos percentuais do que no ano anterior.
Até que ponto os trabalhadores independentes são independentes? Dos 736,8 mil trabalhadores por conta própria que existiam no ano passado, 15% tiveram um cliente que garantiu 75% ou mais do rendimento da sua atividade.
Este indicador de dependência económica foi divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) com dados atualizados para o ano passado e representa um agravamento de 2,3 pontos percentuais face ao ano anterior (de 2023).
Por outro lado, do mesmo universo de 736,8 mil pessoas, 11,4% revelam que são os clientes que estabelece o seu horário de trabalho, "um indicador de dependência organizacional".
"À semelhança da dependência económica, em 2024, a organizacional foi mais comum entre os jovens dos 16 aos 34 anos (14,7%). Porém, foi mais elevada entre as mulheres (12,1%) do que entre os homens (11,0%), entre aqueles com ensino secundário ou pós-secundário (13,4%) e no sector dos serviços (12,4%)", lê-se no destaque.
Há ainda cerca de 15,6 mil pessoas que conjugam as duas situações: dependência económica (de um cliente) e organizacional (a nível dos horários). É neste caso que o INE considera que há "trabalho por conta própria economicamente dependente".
"Comparando com o ano anterior, este indicador aumentou em 2,1 mil pessoas (15,3%), abrangendo uma proporção superior de trabalhadores por conta própria (foi de 1,9% em 2023). O seu peso na população empregada não se alterou."
No final do ano passado, o trabalho por conta própria subiu de forma mais expressiva (já que o trabalho dependente quase estagnou) e deu o maior contributo para a criação de emprego.
Notícia atualizada pelas 11:45 com mais informação