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Galp diz que não há acordo para instalar refinaria de lítio em Matosinhos para suecos

A petrolífera garante que o futuro das instalações da refinara de Matosinhos, que vai fechar portas em 2021, “está em análise não tendo sido tomada qualquer decisão”.

Negócios 22 de Dezembro de 2020 às 12:42
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A Galp garante que ainda não há qualquer decisão sobre o futuro da refinaria de Matosinhos. E no seguimento da noticia sobre a eventual instalação de uma refinaria de lítio nesta unidade para os suecos da Northvolt, esclareceu que "não existe acordo com a empresa referida".

A nota de esclarecimento enviada ao Negócios surge no seguimento da notícia do Eco sobre a refinaria de produtos petrolíferos que a Galp vai encerrar em Matosinhos poder vir a ser transformada para fornecer lítio refinado à empresa nórdica, que está à procura de fornecedores para construir fábricas de baterias para carros elétricos e armazenamento de energia.

Aliás, segundo o mesmo site económico, o Governo português está a par das negociações em curso com a Northvolt, que quer rivalizar com a Tesla e podem mesmo avançar com uma candidatura conjunta ao concurso de lítio que o Executivo já anunciou que vai realizar no terceiro trimestre de 2021, com 11 áreas de exploração, e que "privilegiará a instalação no país de toda a cadeia de valor".

No entanto, no mesmo esclarecimento, fonte oficial da petrolífera assegura que "está a desenvolver o calendário de implementação da descontinuidade das unidades afetas a toda a atividade de refinação da Galp em Matosinhos, que começará em 2021". Além disso, reforça que o "futuro das instalações está em análise não tendo sido tomada qualquer decisão".

Na segunda-feira, a Galp anunciou que ia fechar a refinaria de Matosinhos no próximo ano. Uma decisão que surpreendeu os cerca de 400 trabalhadores da unidade industrial e levantou "preocupações" ao Governo sobre o futuro destes profissionais. Porém, todas as partes envolvidas garantem que a segurança de abastecimento de combustível em Portugal não fica comprometida com o fim das operações de refinação em Matosinhos. Uma garantia dada inclusive pelo Estado, que é o segundo maior acionista da Galp com 7,48% através da Parpública, bem como pela Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENSE).

A decisão foi justificada pela petrolífera com a "alteração dos padrões de consumo de produtos petrolíferos" devido à covid-19. Nesse sentido, face ao " impacto significativo nas atividades industriais de ‘downstream’ da Galp", no próximo ano a unidade do Norte passará a manter apenas a sua atividade enquanto infraestrutura logística. Aliás, a quebra do consumo de produtos petrolíferos, originada sobretudo devido à aviação, levou a Galp a suspender por duas vezes a atividade de refinação este ano. Em Matosinhos esta área de atividade estava parada desde 10 de outubro.

Em comunicado enviado pouco tempo depois de a Galp ter anunciado a novidade ao mercado, o Ministério do Ambiente justificou que a decisão da petrolífera está "alinhada com a política de descarbonização da Europa e de Portugal, e com os compromissos decorrentes do acordo de Paris". E abriu a porta à mobilização de verbas do Fundo para a Transição Justa, "destinado, precisamente, para o apoio de regiões da Europa onde existem empresas como esta refinaria", sublinhou o gabinete de Matos Fernandes.

"Pensado inicialmente para as zonas mineiras e para as centrais a carvão, este fundo – através do qual o Governo estima receber cerca de 200 milhões de euros - é agora mais abrangente. Em boa hora o Governo português estendeu os apoios deste Fundo a outros territórios com indústrias poluentes, neles incluindo o concelho de Matosinhos", recordou sem detalhar, contudo, o montante que pretende alocar para mitigar o impacto social do encerramento desta unidade no Norte.  Uma afirmação que mereceu críticas de partidos como o Bloco de Esquerda e o PCP, que já pediram uma audição com caráter de urgência do ministro do Ambiente.


Já mais tarde, em declarações à RTP, o ministro do Ambiente relembrou que Portugal "vai ter uma refinaria de lítio", mas sublinhou não lhe competia a "discutir aquilo que é as intenções de uma empresa privada".

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