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Galp corta mais de mil milhões de euros em custos e investimento

"A Galp encontra-se a desenvolver ações com vista a reduzir significativamente as despesas nos próximos trimestres", diz a petrolífera portuguesa em comunicado à CMVM.

64.º Carlos Gomes da Silva, Galp
Miguel Baltazar
08 de Abril de 2020 às 07:28
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A Galp Energia anunciou esta quarta-feira que vai reduzir as despesas e o investimento operacional em mais de 500 milhões de euros por ano em 2020 e 2021 para fazer face aos efeitos da pandemia do novo coronavírus na sua atividade.

 

"Considerando a queda acentuada da procura e dos preços dos produtos petrolíferos, a Galp encontra-se a desenvolver ações com vista a reduzir significativamente as despesas nos próximos trimestres", diz a petrolífera portuguesa em comunicado à CMVM, onde revela já os indicadores operacionais do primeiro trimestre que mostram precisamente essa queda.

 

Além de ter decidido já cortar as despesas (opex) e o investimento operacional (capex) em mais de 500 milhões de euros por ano até 2021, face ao que era estimado, a empresa liderada por Carlos Gomes da Silva refere que vão ser implementadas outras iniciativas "de acordo com a evolução do mercado".

Na atualização do plano estratégico que anunciou em fevereiro, a Galp tinha previsto que o investimento líquido iria situar-se, em média, entre 1 e 1,2 mil milhões de euros por ano até 2022.

  

No comunicado como 'trading update', a Galp Energia não faz qualquer referência ao dividendo que anunciou para este ano. A 31 de março a a petrolífera tinha adiantado que iria manter o dividendo relativo aos resultados de 2019, mas avisou que face ao "elevado impacto" que o negócio está a ter, vai avaliar o "modo de enquadrar" a política de dividendos "numa nova realidade". A petrolífera tinha anunciado há pouco mais de um mês que, tendo em conta o ritmo de crescimento que estava a registar, tinha planos de aumentar o dividendo em 10% ao ano até 2021

No 'trading update' revelado esta manhã, antes da abertura da sessão, a Galp Energia revela que a produção atingiu 118,1 mil barris de petróleo por dia no primeiro trimestre, o que corresponde a uma subida homóloga de 19% e uma queda de 3% face aos últimos três meses de 2020.

 

É no negócio da refinação que são visíveis os efeitos da pandemia e da queda dos preços do petróleo, com a margem a reduzir-se 19% em termos homólogos e 43% em cadeia para 1,9 dólares por barril. As vendas de produtos petrolíferos aumentaram 13% em termos homólogos e caíram 2% face aos últimos três meses de 2020.

 

Na atividade comercial, onde está o negócio de retalho, as vendas de produtos petrolíferos a clientes desceram 13% em termos homólogos (-10% em cadeia), enquanto as vendas de gás natural baixaram 24% em termos homólogos (-13% em cadeia). Na eletricidade registaram-se aumentos homólogos de 7% e 11%.

A Galp Energia vai anunciar os resultados do primeiro trimestre a 27 de abril, antes da abertura da sessão.


As ações estão a reagir em queda a este anuncio, desvalorizando 3,04% para 9,72 euros.

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